Itamaraty informa que Índia não entregará vacinas; governo agora pressiona Butantan por "entrega imediata"

Aeronava partiria de Recife nesta sexta-feira para buscar 2 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca/Oxford contra a Covid; Ministério da Saúde espera 6 milhões de unidades da CoronaVac

Avião da Azul no hangar aguardando decolagem para buscar vacinas na Índia | Foto: Agência Brasil
Escrito en CORONAVÍRUS el

O Ministério das Relações Exteriores, comandado por Ernesto Araújo, informou nesta sexta-feira (15) que a Índia não irá entregar na data prevista pelo governo brasileiro o lote de 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford compradas pela Fiocruz.

Segundo informações de Alex Rodrigues, da Agência Brasil, Araújo telefonou para o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, na quinta-feira logo após o porta-voz da pasta informar que seria "muito cedo" para comentar sobre a exportação das vacinas pro Brasil.

Araújo disse ainda que a Índia pretende atender ao pedido brasileiro “nos próximos dias”. Mesmo assim, o Ministério da Saúde informou que está mantida a viagem da aeronave - que foi adesivada com o slogan da campanha de vacinação - até o país asiático.

Depois do insucesso com a importação, o governo Bolsonaro agora tenta pressionar o Instituto Butantan pela entrega de 6 milhões de doses da CoronaVac contratadas pelo Ministério da Saúde com a instituição paulista.

Em ofício enviado nesta sexta, a pasta pede que seja disponibilizada "a entrega imediata das 6 milhões de doses importadas e que foram objeto do pedido de autorização de uso emergencial perante a Anvisa”.

“Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este Ministério precisa fazer o devido loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma previsto no Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a Covid-19, tão logo seja concedido a autorização pela agência reguladora, cuja decisão está prevista para domingo, dia 17 de janeiro de 2021”, afirma a pasta.

A situação expõe mais um problema de logística na gestão do Ministério da Saúde. O general Eduardo Pazuello chegou ao comando da pasta com a "credencial" de ser, supostamente, um "especialista em logística".

Com informações da Agência Brasil e da CNN Brasil

https://twitter.com/CoronavirusBra1/status/1350175577265856513