O juiz da Vara Estadual da Saúde Pública de Mato Grosso, José Luiz Leite Lindote, aplicou multa de R$ 200 mil por aglomeração de cerca de 5 mil pessoas, durante a pandemia, no sepultamento do pastor Sebastião Rodrigues de Souza, líder da Assembleia de Deus no estado, que morreu de Covid-19.
O secretário de Ordem Pública da Capital, Leovaldo Emanoel Sales da Silva, que é pastor da Assembleia de Deus, também recebeu multa de R$ 100 mil.
A morte do pastor, que foi enterrado no dia 8 de julho, foi comentada por Jair Bolsonaro, que emitiu nota oficial no mesmo dia em solidariedade à família do líder da Assembleia de Deus. "Meus sinceros sentimentos a toda a comunidade cristã e à família do querido pastor Sebastião! Oremos pelo conforto do Senhor na vida dos familiares".
Sebastião Rodrigues é avô do vereador Abílio Jr. Brunini (PSC) que teve o mandato cassado pela Câmara de Cuiabá no mês de março por quebra de decoro parlamentar e teve o mandato devolvido por decisão da Justiça no mês de maio. O vereador, que chegou a empregar a irmã, Carolina Manoela Brunini, em três cargos em seu gabinete, tem uma extensa ficha de polêmicas, que vão desde abuso de autoridade a ameaças e difamação.
Aglomeração
O sepultamento do pastor Sebastião Rodrigues reuniu, segunda a decisão judicial, 5 mil pessoas. Vídeos publicados na internet mostram a aglomeração na cerimônia, que teve até honrarias militares, com banda de música.
A multa foi aplicada à prefeitura da Cidade. O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), que é ligado ao mesmo grupo político, disse que vai recorrer da decisão.
"Achei a multa desproporcional e injusta. Tomei a multa por causa do velório do pastor Sebastião, que foi o maior líder da igreja evangélica Assembleia de Deus. Um momento de comoção e de tristeza. Até hoje os evangélicos estão sem chão. Como você consegue conter uma multidão?”, disse ele em entrevista à Jovem Pan, segundo o site PB Online.
Segundo Pinheiro, que saiu em defesa do secretário de Ordem Pública, se a prefeitura não tivesse agido, o público do velório seria muito maior.
“Se não fosse o trabalho da Ordem Pública, teríamos lá 50 mil pessoas, pelo tamanho da representatividade do pastor Sebastião", disse o prefeito.