Leonardo Boff critica jejum de Bolsonaro: "Ajudemos a matar a fome"

O teólogo, expoente da Teologia da Libertação, afirma que preocupação maior deveria ser com alimentar os que têm fome, e não jejuar "contra o coronavírus", como quer Bolsonaro

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O filósofo e teólogo Leonardo Boff publicou neste domingo (5) um vídeo se opondo ao jejum "contra o coronavírus" proposto por Jair Bolsonaro. "Domingo de Ramos, dia de alegria e não de jejum", disse, no Twitter. Boff, que é considerado um expoente da Teologia da Libertação, lembrou que o dia do Domingo de Ramos relembra a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, sendo, portanto, um motivo para celebrar, e não jejuar. Segundo ele, o dia é de comemorar a chegada da salvação. "Atualiza para hoje, em plena crise, em que Salvação significa generosidade para com quem está sob a ameaça do vírus e da fome", completa. Além disso, o filósofo critica: "Queremos atender aqueles que jejuam porque não têm o que comer nessa crise do coronavírus. Por isso, as políticas públicas e todos nós sejamos solidários com eles. Ajudemos a matar a fome". https://twitter.com/LeonardoBoff/status/1246842602978193411?s=20 O posicionamento de Boff está alinhado com o movimento nas redes que critica o jejum convocado por Bolsonaro neste domingo (5). Internautas relembram um vídeo gravado pelo papa Francisco em 2018, em que o líder critica a prática do jejum "incoerente". “O meu jejum chega a ajudar os outros? Se não chega, é fingido, é incoerente e te leva pelo caminho da vida dupla", diz Francisco no vídeo divulgado.