O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (3) que a partir da 0h de sábado (6) todo o estado de São Paulo entrará na fase vermelha do plano de contenção do coronavírus, que na prática significa um lockdown, quando apenas serviços essenciais serão permitidos. Além disso, a circulação de pessoas ficará proibida entre as 20h e às 5h.
“Estamos em São Paulo e no Brasil à beira de um colapso. Exige medidas coletivas e urgentes (…) Por este motivo nós estamos atendendo a recomendação do centro de contingência e reclassificando todo o estado de SP para a fase vermelha a partir das 0h de sábado”, disse Doria ao dar detalhes das novas medidas de restrição, que terão validade por 15 dias, ou seja, até o dia 19 de março.
Médicos do centro de contingência que aconselham o governo paulista, no entanto, afirmam que é provável que o lockdown tenha que ser estendido pelo menos até o final do mês, tendo duração de 30 dias.
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Isso porque a taxa de internações no estado segue crescendo e o sistema hospitalar deve ficar ainda mais sobrecarregado nas próximas semanas. Os especialistas avaliam, portanto, que 15 dias de medidas mais duras não serão suficiente para desafogar a estrutura de saúde e surtir efeito na contenção da contaminação do vírus.
"Os próximos 15 dias vão ser importantes para segurar a mobilidade populacional. Mas quem se infectou nos últimos dias e está se infectando ainda agora só vai sobrecarregar o sistema de saúde daqui a sete dias, ou mais. Por isso o sistema seguirá pressionado e é muito provável que seja necessária uma extensão do prazo para a manutenção das medidas tomadas agora, talvez até com maior rigidez", disse o infectologista Marcos Boulos, membro do centro de contingência, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo.
Segundo Boulos, sua opinião é compartilhada por outros médicos do centro de contingência. Mônica Bergamo, por sua vez, afirma que a equipe de João Doria está ciente da situação, e que deve avaliar o cenário e os próximos passos a serem tomados após os 15 dias estabelecidos para o fechamento das atividades não essenciais.