Mãe e duas filhas morrem de Covid em duas semanas no interior de SP

Caso, ocorrido em Barra do Chapéu, no Vale do Ribeira, mostra gravidade da doença e a acelerada circulação do vírus, apontada por especialistas após os últimos dados sobre o crescimento da taxa de transmissão no Brasil

Foto: Getty Images
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Zilda Figueiredo, uma idosa de 75 anos, e duas filhas dela, Sandra e Selma Figueiredo, de 47 e 43 anos, respectivamente, faleceram vítimas da Covid-19 num período de 14 dias na cidade de Barra do Chapéu, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo.

Segundo familiares, Sandra foi a primeira a precisar de hospitalização, no dia 12 de junho. Na mesma data, Selma passou mal e também precisou de atendimento. Foi quando os médicos constataram que ela já apresentava 90% do pulmão comprometido, o que ocasionou sua morte no mesmo dia.

Sandra seguiu internada por 11 dias e acabou falecendo em 23 de junho. Dona Zilda, a mãe, já havia testado positivo para infecção pelo novo coronavírus e, após breve internação, também morreu, dois dias depois da filha mais velha, em 25 de junho.

A tragédia devastou a família, que agora tenta se reconstruir. Selma, a irmã mais nova, deixou dois filhos, de 12 e 13 anos. Sandra era mãe de um casal, formado por um adolescente de 15 e Josilene Rodrigues, de 24 anos.

"Nenhuma das três soube que as outras morreram. E elas eram muito apegadas, moravam no mesmo bairro, viviam uma na casa da outra. Minha avó era como uma segunda mãe para mim. Meu avô e os filhos da minha tia também testaram positivo para a doença, mas conseguiram tratar em casa. Diferente da minha mãe, minha avó estava reagindo ao tratamento, então, foi muito difícil a perda delas, foi um choque. Tudo aconteceu muito rápido, ainda não caiu a ficha", lamentou Josilene, filha mais velha de uma das vítimas e neta de Zilda.

Taxa de transmissão segue alta – O Imperial College de Londres, na Inglaterra, que monitora a taxa de transmissão do novo coronavírus em vários países do mundo, alertou na terça-feira (22) que o indicador vem subindo perigosamente no Brasil.

A taxa atual seria de 1,13, o que significa que 100 pessoas contaminadas no país transmitem o vírus para outras 113, criando assim uma explosão no número de casos da Covid-19 na população em geral. As medidas para conter o aumento na taxa de transmissão, segundo especialistas em infectologia, são aquelas já conhecidas por todos, desde o início da pandemia: uso de máscaras, distanciamento social e higienização adequada das mãos.