Marcas como GAP e Zara pressionam e reabrem indústria têxtil em Bangladesh em meio à pandemia

Cerca de 26% da população do país vive com menos de 2 dólares por dia e depende do trabalho nas confecções

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Se acordo com o site Metrópoles, o Bangladesh segue em lockdown, quando só é permitido sair de casa para atividades essenciais, mas as confecções retomaram as atividades no país, que é movido pela indústria têxtil. A região reabre com condições de trabalho precárias e sem saber se as marcas de moda irão pagar pelas produções solicitadas.

Cerca de 3.500 fábricas de roupas locais são operadas por mais de quatro milhões de pessoas, cuja força de trabalho é composta principalmente por mulheres. As fábricas do Bangladesh são fundamentais para indústria têxtil por oferecer preços inferiores aos da China.

“Nós temos que aceitar o coronavírus como parte da vida. Se não reabrirmos as fábricas, haverá crise econômica”, disse o vice-presidente da Associação de Fabricantes e Exportadores de Artigos Têxteis, Mohammad Hatem, em comunicado.

A economia já tem sentido as consequências diante do fechamento das fábricas por causa do coronavírus: o prejuízo chega a 3,18 bilhões de dólares, de acordo com a Associação de Fabricantes e Exportadores de Roupas de Bangladesh.

Cerca de mil confecções voltaram às operações na semana passada, ignorando as restrições impostas pela OMS. O dilema dos trabalhadores e trabalhadoras é se arriscar a pegar o vírus no trabalho ou não trabalhar e perder o emprego.

Já são 20.065 casos confirmados e 298 mortes, de acordo com o governo do Bangladesh. Para evitar a contaminação dos funcionários, novas diretrizes foram implementadas pelos próprios donos das fábricas para a reabertura das fábricas.

Entre as marcas que fazem as roupas no Bangladesh, estão H&M, Gap, Zara e Walmart. No ano passado, as exportações somaram 35 bilhões de dólares em roupas.

Algumas marcas e varejistas se comprometeram a efetuar o pagamento referente aos pedidos feitos, mas outras estão cancelando as produções e atrasando pagamentos. Cerca de 26% da população de Bangladesh vive com menos de 2 dólares por dia e depende do trabalho nas confecções.