A inclusão de médicos cubanos no edital emergencial do Mais Médicos contra o coronavírus foi recebida com ansiedade, alegria e esperança pelos profissionais estrangeiros. Contudo, a associação de médicos cubanos que ficaram no Brasil (Aspromed) diz que a convocação pelo governo de Jair Bolsonaro ainda não ocorreu.
Em entrevista à BBC Brasil, Niurka Valdes Perez, presidente da associação, diz que cerca de 2 mil médicos cubanos que atuaram em editais anteriores do programa continuam no país. Sem poder exercer a profissão, muitos ficaram desempregados depois que Bolsonaro os dispensou assim que assumiu o governo.
O Ministério da Saúde disse à BBC que os médicos cubanos só serão chamados na terceira convocação do edital, prevista para ocorrer na próxima semana ou na seguinte. A previsão é de contratar cerca de 1,8 mil cubanos.
O cubano Yubeidy Mora Venero é um dos profissionais que vai tentar a nova chance de emprego no país. Ele passou um ano e meio atuando no município de Mata Grande, no sertão alagoano. Com o fim do Mais Médicos no governo Bolsonaro, decidiu ficar na cidade e ainda trouxe a esposa, que é enfermeira e também não pode atuar no país.
“Somos 2.000 cubanos, vamos para qualquer parte de Brasil. Indiscutivelmente vamos ajudar a evitar a doença e a controlar os focos”, conta, em entrevista ao UOL. “Mais do que contente com a chance, estamos necessitados, desempregados. O que ganhou hoje só dá para pagar a comida e a casa, além dos meus estudos para o Revalida”, completa.
As secretarias de saúde dos estados contabilizaram 650 casos confirmados da doença em 22 estados e no Distrito Federal. As mortes também têm aumentado, e já são sete vítimas fatais da doença no País.