Mesmo contaminado, presidente da Fiemg também minimiza coronavírus

Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, segue o discurso de Roberto Justus e do dono da Madero em colocar a economia em um patamar mais importante que a vida das pessoas

Flávio Roscoe, presidente da Fiemg (Reprodução)
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Por Kerison Lopes

Flávio Roscoe, presidente da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), acaba de entrar para o time dos empresários que defendem a visão equivocada da morte de uma parte da população brasileira para ajudar com que a pandemia do coronavírus passe mais rápido. Até então, dois empresários se notabilizaram por publicamente minimizar a gravidade da crise da saúde pública: Junior Durski, dono da rede de restaurantes Madero, e o publicitário Roberto Justus.

Agora a imbecilidade e crueldade virou oficial e mostra a visão genocida de uma parte do empresariado brasileiro. Em mensagem de áudio enviada aos presidentes de sindicatos patronais, Flávio Roscoe afirmou: “Parcela significativa da população tem que ser contagiada (com a Covid-19) porque é assim que vai passar a crise do vírus”. E continua: “Devemos sim limitar a saída de pessoas a partir de certa idade, mas devemos voltar a abertura do comércio porque sem o comércio aberto, não adianta ter indústria”.

Contrariando o que é dito por autoridades da saúde do mundo todo, Roscoe sustenta que a população de até 50 anos não é atingida pelo vírus. Essa declaração só pode ser um indício de que o empresário esteja sofrendo perturbações mentais, consequência do coronavírus, pois ele tem 48 anos e está infectado. Ele anunciou no último dia 16 de março que fora contaminado quando participou da comitiva do presidente Bolsonaro nos Estados Unidos. Minimizando também sua situação de saúde, no áudio, ele afirma que está “só com uma tossezinha”.

Flávio Roscoe, Roberto Justus e Junior Durski comungam com a visão defendida por Jair Bolsonaro desde o início da crise de saúde pública do coronavírus. Na prática, consideram normal que existam dezenas de milhares de mortes, como as previsões indicam, pois sabem que a maioria deve ser de idosos pobres.

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