Ministério da Saúde contraria Pazuello e diz ao STF que país não tem seringas suficientes para vacinação

Documento da pasta foi encaminhado ao Supremo, em função de uma ação movida pela Rede Sustentabilidade, que tem Ricardo Lewandowski como relator

General Eduardo Pazuello, ministro da Saúde - Foto: Marcos Corrêa/PR
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A cada dia, o governo dá mais mostras de que não adotou uma estratégia minimamente eficiente de combate à pandemia do coronavírus. O próprio Ministério da Saúde reconheceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o país não possui seringas na quantidade suficiente para a vacinação contra Covid-19.

A informação contraria o que disse o titular da pasta, ministro Eduardo Pazuello, na semana passada, de acordo com a coluna de Guilherme Amado, na Época.

“Estima-se que há nos estados mais de 52 milhões de seringas e agulhas aptas para a realização da vacinação, enquanto a estratégia para os grupos listados estima quase 30 milhões de doses para o esquema vacinal completo de duas doses”, diz o documento do ministério, endossado por Pazuello.

O registro foi encaminhado ao STF, nesta quarta-feira (13), em função de uma ação movida pela Rede Sustentabilidade, que tem o ministro Ricardo Lewandowski como relator.

“Verifica-se apenas que os estados do Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina não teriam estoque suficiente para suprir essa demanda inicial, caso houvesse a disponibilidade imediata das 30 milhões de doses", afirma.

Sem estoque

O documento destaca, ainda, que, “via de regra, as aquisições são realizadas pelos próprios entes federados, cabendo à União o fornecimento dos imunobiológicos necessários para a imunização. Por esse motivo, este ministério não possui estoque disponível para a realização da referida campanha de vacinação”.

As informações contrariam as declarações recentes de Pazuello: “Senhoras e senhores, não existe falta de seringa”, disse o ministro, em pronunciamento irritado, no Palácio do Planalto, na última semana passada.