Ministro interino da Saúde omite gravidade da crise no Brasil em discurso na ONU

Em reunião online, General Pazuello afirmou que “o governo federal acessa diariamente a situação dos riscos e apoia cidades e estados com os recursos necessários para reduzir os efeitos da pandemia”

O ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello (Foto: Divulgação)
Escrito en CORONAVÍRUS el

Em pronunciamento online na Assembleia Mundial da Saúde da OMS, o ministro interino da Saúde brasileiro, general Eduardo Pazuello, disse que há diálogo entre os três níveis de governo, auxílio às regiões Norte e Nordeste do país e ajuste de protocolos do Ministério da Saúde "baseado em evidências", sem falar sobre a intenção da pasta de ampliar o uso da cloroquina.

Na Assembleia, os países tiveram dois minutos para expor estratégias de combate ao coronavírus. O Brasil, conforme disse na semana passada o secretário substituto de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Macário, está em uma "situação de alerta" e um "momento de crescimento de casos", sendo o quarto país com mais casos no fim de semana ao ultrapassar Itália e Espanha.

Pazuello disse que “o governo federal acessa diariamente a situação dos riscos e apoia cidades e estados com os recursos necessários para reduzir os efeitos da pandemia”.

Na região Norte, citada por Pazuello no discurso, só Manaus tem serviço de UTI.  A rede estadual entrou em colapso em Abril e opera com 82% da capacidade. No país todos faltam EPIs (equipamentos de proteção individual) e testes para aplicação em massa. Estudos apontam que o sistema de saúde deve colapsar mesmo em estimativas otimistas.