Após denunciar que seu irmão, Luis Ricardo Miranda, foi bloqueado do sistema do Ministério da Saúde, onde trabalha, o deputado federal, Luis Miranda (DEM-DF), pediu a prisão dos responsáveis pelo banimento.
Em um vídeo mostrado pela CNN Brasil, o parlamentar solicita que a Polícia Federal (PF) vá lá “descobrir quem deu a ordem, prender essas pessoas”.
Luis Ricardo tornou público o mais novo escândalo de corrupção no governo de Jair Bolsonaro, relacionado à compra da vacina indiana Covaxin.
“Nós não sabemos o que esse grupo fez por trás, para impedir seu acesso, o que estão fazendo lá dentro e por que impedir que ele tenha acesso a documentos tão importantes no meio de uma investigação como essa, onde ele é testemunha de uma denúncia gravíssima de possível corrupção dentro do Ministério da Saúde talvez ocultada pelo Palácio do Planalto”, declarou Miranda.
“Estamos lidando com um grupo perigosíssimo. A Polícia Federal tem que ir lá para dentro agora. Pegar a área de TI da PF, de perícia, descobrir quem deu a ordem, prender essas pessoas”, acrescentou o parlamentar.
Miranda revelou, na sexta-feira (25), durante depoimento na CPI do Genocídio, que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi citado por Bolsonaro como sendo o comandante do esquema.
O deputado também revelou um áudio do irmão, no qual o servidor demonstra receio a respeito do que podem fazer com seus dados:
“Uai, se eles estão me tirando do sistema, estão mexendo nos meus dados, estão investigando minha vida inteira, sei lá do que esses caras são capazes né, de alterar um documento meu, assinado, dizendo que eu prevariquei. Que eu fiz qualquer outra coisa ilegal, entendeu. Esses caras estão tendo acesso aos meus dados pessoais”, desabafou.
O bloqueio
Luis Ricardo, servidor federal de carreira que denunciou o esquema de corrupção na compra vacina Covaxin, teve seu acesso ao sistema do Ministério da Saúde bloqueado neste domingo (27). A informação foi passada pelo parlamentar numa publicação no Twitter.
A medida é flagrantemente ilegal, já que Luis Ricardo permanece na mesma função (responsável pelo setor de logística), não responde a qualquer processo administrativo ou criminal e é funcionário concursado no ministério. Seu irmão deputado afirma que a medida foi uma ação clara do governo Bolsonaro para que o servidor não possa mais visualizar os dados sobre transações da Saúde federal.