“Muito improvável que isso tenha acontecido”, diz Caseiro sobre vacinas vencidas

O infectologista afirmou que, caso tenha ocorrido, “o importante é que não há risco. Essa vacina é um vírus inativado. O máximo que pode acontecer é perder a efetividade e o indivíduo ter que revacinar”

No rótulo da dose aparecem o número do lote e a data de vencimento - Foto: Arquivo pessoal
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O médico infectologista, Marcos Caseiro, afirmou ser “muito improvável” que tenha ocorrido no país a vacinação de milhares de doses da AstraZeneca com prazo de validade vencido, conforme matéria publicada nesta sexta-feira (2), na Folha de S.Paulo.

“Acho que tem muitos aspectos nesse caso. O mais importante é o seguinte: é muito improvável que um funcionário da área da Saúde, na linha de ponta, um enfermeiro ou auxiliar, não perceba isso. Tem muita gente que verifica para isso ter acontecido erroneamente”, avalia Caseiro.

“Em toda vacina, em todo frasco, vem o lote e a data de vencimento. Isso faz parte das atribuições do aplicador na linha de frente, fazer essa validação. Existe uma planilha, na qual se vê a questão da temperatura diária, como a vacina foi conservada durante a noite. No papel que os aplicadores recebem está escrito o lote e alguns colocam a data de vencimento”, afirma.

O infectologista acredita que, provavelmente, tenha ocorrido algum problema de digitação. “Mesmo assim, é algo que necessita ser explicado. Eu repito: pode ser que isso tenha acontecido, mas eu acho improvável. E, se aconteceu, o erro é múltiplo, mas o erro maior é de quem aplicou, que está na linha de frente, porque tem que fazer essa checagem”.

De acordo com o médico, em última análise, se tudo aconteceu errado, não há razão para preocupação. Caseiro menciona que os produtos farmacêuticos sempre têm uma margem de segurança.

“Se você comprar Dipirona e venceu na semana passada você pode tomar que funciona. Os laboratórios sempre põem uma margem de segurança sabendo que isso pode acontecer”, acrescenta.

Vírus inativado

“Agora, o que é importante é que não há risco. Essa vacina é um vírus inativado. O máximo que pode acontecer é perder a efetividade e o indivíduo ter que revacinar”, alerta.

O médico destaca, ainda, que é necessário ter cautela com esse tipo de informação. “Acho que, antes de fazer alarde, todos deveriam esperar que a AstraZeneca, a Fiocruz, justamente os responsáveis, e o próprio Ministério de Saúde, se posicionarem no sentido de explicar de onde foi tirado esse dado. A gente tem que tomar cuidado e ser muito rigoroso com essa checagem”, completa.