No Paraguai, grupos cavam valas e fecham estradas com pneus para conter invasão de brasileiros

Ações são estimuladas por movimentos comunitários de cidades na fronteira com o Mato Grosso do Sul. Somente o lado paraguaio da fronteira está em quarentena pelo coronavírus

Vala antibrasileiros cavada por moradores de Ypejhú, no Paraguai (foto: Última Hora)
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Na pequena cidade de Ypejhú, na fronteira entre Brasil e Paraguai, um movimento iniciou, nesta sexta-feira (20), os trabalhos para criar uma vala que impeça a invasão dos brasileiros que moram em Paranhos, no Mato Grosso do Sul, do outro lado da fronteira.

Não muito longe dali, em Pedro Juan Caballero, moradores se organizaram para fechar as estradas entre a sua cidade e a vizinha Ponta Porã, também no Mato Grosso do Sul.

Durante a semana, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, decretou o fechamento das fronteiras, como medida para conter a chegada do coronavírus, e além de uma quarentena em todo o país até o dia 12 de abril.

Porém, no Brasil, essa medida não foi decretada a nível nacional, somente em algumas localidades, e o Mato Grosso do Sul ainda não é uma delas, razão pela qual os paraguaios Ypejhú e Pedro Juan Caballero temiam que seu recolhimento obrigatório pudesse gerar uma invasão por parte dos brasileiros.

A medida pode parecer exagerada, já que, também a partir do decreto de Benítez, o Exército do Paraguai passou a monitorar todas as fronteiras, incluindo as duas citadas, e só permite a entrada de paraguaios ou estrangeiros com residência definitiva.

Até o momento, o Paraguai já registra 18 casos de coronavírus, com uma morte.