Novo estudo dos EUA mostra que pacientes que usam cloroquina morrem mais do que os que não usam

Pesquisadores da Universidade da Virgínia reforçam a necessidade de mais investigações sobre o medicamento antes do uso generalizado

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Uma investigação liderada por pesquisadores da Universidade da Virgínia, dos EUA, sobre a evolução de pacientes com o novo coronavírus tratados com cloroquina foi revelada nesta terça-feira (21) com perspectivas nada animadores.

O estudo monitorou 368 pacientes na rede de clínicas da Veterans Health Administration, que cuida dos veteranos de guerra, e mostrou que, proporcionalmente, o número de vítimas fatais foi maior entre os tratados com cloroquina do que os sem o tratamento.

Entre os que usaram apenas cloroquina, 27,1% vieram a óbito, e, entre os que usaram cloroquina com azitromicina, o percentual foi de 22,1%. O índice obtido pelos dois tratamentos é cerca do dobro dos que não utilizaram o medicamento: 11,4%.

O artigo científico, que foi publicado em uma plataforma preprint (antes da revisão dos pares), afirma que foi encontrada "evidência de que o uso de hidroxicloroquina, seja com ou sem azitromicina, reduziu o risco de ventilação mecânica em pacientes internados com covid-19. Uma associação de aumento de mortalidade geral foi identificada em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina".

O estudo reforça a necessidade de ensaios clínicos prospectivos e randomizados antes da adoção em massa do medicamento.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro tem tratado a substância quase como a "cura" da cloroquina. Seus apoiadores defendem o uso massivo da cloroquina contra o coronavírus, mesmo sem estudos que comprovem a eficácia.

Com informações do Uol