OMS alerta para avanço do coronavírus em áreas mais pobres do mundo

Organização alerta para a facilidade de contágio em ambientes de superlotação. No Rio, 10 moradores de favela já morreram por conta do Covid-19

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus (Foto: Consenso Salud)Créditos: Consenso Salud
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quinta-feira (16) para o avanço do coronavírus em países e comunidades pobres do mundo. A entidade diz que, por conta das condições de superlotação de grande parte desses locais, o que impossibilita o isolamento social, o contágio pelo vírus pode ser facilitado.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, disse em comunicado que a Covid-19 "amplifica nossas desigualdades existentes em saúde" e que, em alguns locais, a ordem para ficar em casa não é aplicável, sendo algo que pode causar danos "não intencionais".

Outra observação que Adhanon faz é com relação aos trabalhadores informais de baixa renda, que precisam se manter em circulação para "colocar comida na mesa". Ele aconselha, portanto, que os governos prestem assistência a essas pessoas.

No Rio de Janeiro, por exemplo, já são 78 casos registrados em favelas, de acordo com o último balanço do poder municipal. A favela da Rocinha, localizada em São Conrado, na Zona Sul do Rio, tem 69,1 mil habitantes. Nos últimos dias, moradores da comunidade relataram um aumento da circulação de pessoas na comunidade, e cobram mais ações das autoridades no combate ao coronavírus.

Paraisópolis, em São Paulo, é outra comunidade que registrou casos da doença. Até terça-feira (12), a favela tinha 15 casos confirmados de Covid-19 e oito mortes suspeitas. A superlotação citada pela OMS é uma realidade na comunidade: são cerca de 100 mil pessoas vivendo em casas e barracos ligados por vielas.

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