OMS: América do Sul é novo epicentro da Covid-19 e Brasil é o que mais preocupa

O diretor da OMS voltou a enfatizar que a organização não recomenda o uso da cloroquina para tratamento da Covid-19 e criticou a decisão de Jair Bolsonaro de alterar o protocolo de uso do medicamento

Covas coletivas em Manaus, Amazonas - Foto: Reprodução
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Em pronunciamento nesta sexta-feira (22), o diretor do programa de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que a América do Sul se tornou o novo epicentro da pandemia de Covid-19 e que o país que mais causa preocupação é o Brasil.

"De certa forma, a América do Sul se tornou um novo epicentro para a doença, vimos muitos países sul-americanos com aumento do número de casos, e claramente há preocupação em muitos desses países, mas certamente o mais afetado é o Brasil neste momento", declarou Ryan.

O diretor da OMS voltou a enfatizar que a organização não recomenda o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina para tratar a doença.

"Nós também notamos que o governo do Brasil aprovou a hidroxicloroquina para uso mais amplo, mas ressaltamos que nossas revisões clínicas sistemáticas atuais realizadas pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a evidência clínica atual não apoiam o uso generalizado de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 – não até que ensaios [clínicos] sejam concluídos e nós tenhamos resultados claros", destacou.

Ele já havia alertado que as substâncias, usadas para tratar malária e doenças autoimunes, não têm eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

Brasil
Ryan disse que a OMS, por meio da Opas, está "fornecendo ajuda direta ao governo e a muitos dos estados que estão sendo duramente afetados, incluindo o Amazonas", região que, segundo ele, a situação é mais delicada.

"A maioria dos casos é da região de São Paulo, mas também Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas, Pernambuco estão sendo afetados", disse. "Mas em termos de taxas de ataque, as mais altas estão, na verdade, no Amazonas: cerca de 490 pessoas infectadas para cada 100 mil habitantes, que é uma taxa de ataque bem alta", completou.

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