OMS diz ter provas de que coronavírus tem origem natural e pede para não politizar o tema

Diretor da entidade fez um apelo a que os países que queiram investigar a origem do vírus o façam “baseados na ciência” e não em interesses políticos

Cidade de Wuhan, epicentro onde surgiu o Coronavírus (Reprodução/Twitter)
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O diretor executivo para Sanitários de Emergência da OMS (Organização Mundial da Saúde), Mike Ryan, anunciou nesta segunda-feira (4) que a organização possui provas da sequência genética do novo coronavírus que demonstram que a origem do vírus é natural.

Em uma conferência de imprensa, Ryan e outros funcionários do organismo comentaram que existem cerca de 15 mil mostras completamente sequenciadas do vírus SARS-CoV-2, e que, através delas, é possível garantir que não há indicadores visíveis de que um laboratório poderia estar envolvido na sua criação.

“O que realmente precisamos entender é o vínculo intermediário, ou seja, o animal que foi infectado pelos morcegos, e que posteriormente infectou os humanos (…) A origem do vírus é natural, mas ainda temos que encontrar este animal intermediário na China, para entender melhor como ele surgiu e saber mais sobre ele”, comentou Maria Van Kerkhove, chefa técnica do Programa de Emergências da OMS.

As declarações dos diretores da OMS contrariam autoridades estadunidenses, como o presidente Donald Trump e o secretário de Estado Mike Pompeo, que garantem ter informes de inteligência comprovando que a origem do vírus seria um laboratório em Wuhan. Alguns governos de países europeus, como Reino Unido e Alemanha, apoiaram veladamente a retórica norte-americana, exigindo que a China esclareça melhor o tema.

A respeito disso, Mike Ryan fez um apelo aos países envolvidos na polêmica. “Cientificamente, não há qualquer evidência de que possa haver esse envolvimento (de um laboratório) na origem do vírus. Para nós, também é importante investigar sobre a origem do vírus, e estamos fazendo isso. É positivo ver que os países também querem fazê-lo, mas que o façam baseados na ciência, sem politizar este tema”.