OMS pede transparência ao governo Bolsonaro na divulgação de dados sobre coronavírus

Governo tem divulgado boletins sem o número total de mortes e casos confirmados, além de apresentar informações contraditórias no portal sobre a doença

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus (Foto: Consenso Salud)Créditos: Consenso Salud
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez seu primeiro pronunciamento nesta segunda-feira (8) sobre a recente alteração no boletim do Ministério da Saúde do Brasil sobre o coronavírus.

A organização pediu "transparência" ao governo de Jair Bolsonaro e cobrou uma rápida solução para a "confusão" no país. De acordo com a OMS, a clareza de dados durante a pandemia é "ainda mais importante" para os cidadãos.

"É muito importante que mensagens sobre transparência sejam coerentes, para que possamos confiar nos nossos parceiros. É mais importante ainda para os cidadãos, que precisam entender como lidar com o vírus", disse Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS.

"Queremos que qualquer confusão possa ser resolvida agora, e que o governo e os Estados possam continuar fornecendo dados de forma coerente para seus cidadãos. Continuaremos apoiando o governo brasileiro para controlar essa doença o mais rápido possível", continuou.

O Ministério da Saúde informou na noite deste domingo (7) que foram registrados 12.581 novos casos e 1.382 óbitos por coronavírus no país nas últimas 24 horas. Com isso, o Brasil tem hoje 685.427 pessoas diagnosticadas e 37.312 mortes.

O número anunciado em boletim do Ministério da Saúde contradiz as informações do site oficial do governo sobre a doença. No portal, consta que 525 mortes foram registradas nas últimas 24 horas, enquanto 18.912 pessoas tiveram o diagnóstico confirmado para a doença. A última atualização do site foi às 21h50.