O ex-ministro Osmar Terra voltou a usar o Twitter para compartilhar teses contra o isolamento social com base em suas opiniões pessoais neste sábado (4). Em razão da postura contra a quarentena, o deputado federal (MDB-RS) chegou a ser batizado de Osmar "Trevas" pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta.
"Insisto que a quarentena aumenta os casos do coronavírus.A curva da epidemia nos países que a adotaram mostra isso(veja a curva do contágio na Itália,a linha verde marca início de quarentena radical).Isso pq o contágio se transfere da rua para dentro de casa e fica mais fácil", escreveu o ex-ministro.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, Terra tem se posicionado contra a quarentena e usando gráficos e informações fora de contexto para "provar" sua teoria. A posição dele, que atuou como Secretário Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, contraria especialistas nacionais e internacionais, incluindo o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial da Saúde.
Cotado como possível substituto de Henrique Mandetta caso o presidente Jair Bolsonaro decida demitir o atual chefe do MS por divergências sobre o isolamento social, Terra foi apelidado de "Osmar Trevas" por Mandetta.
Fake News
A publicação do deputado federal gerou revolta nas redes sociais. Usuários comunicaram ao Twitter que a postagem contraria as normas da rede e estimula o fim do confinamento. "Um artigo científico que dê suporte sua insistência?", questionou a usuária Renata Velloso.
Usuários expuseram que o a interpretação do gráfico está equivocada e que a manutenção dos serviços regularmente colocaria a Itália com um número muito maior de infectados e mortos. O país já foi muito criticado pro demorar a tomar medidas mais duras.
"Não se enganem: Osmar Trevas não sabe ler gráficos e distorce estatísticas.Organização Mundial da Saúde recomenda isolamento", escreveu o perfil "O essencial Covid".
O jornalista Rodrigo Menegat usou um artigo científico do Imperial College London para questionar o ex-minsitro: "Deputado, se existe um período longo entre a infecção e manifestação sintomas, como que a quarentena ia aumentar os casos registrados assim de um dia pro outro, imediatamente depois?"
"A literatura sobre quarentena apontava, já antes desses números: os efeitos das medidas de surpressão são sentidos entre duas e três semanas depois do início das medidas. Acho que já é a vigésima vez que venho dizer isso aqui, mas eu não canso", completou.
O biólogo Aroeira publicou uma projeção que poderia ter sido registrado caso o país europeu não impusesse quarentena.