Ouvidoria de Guedes usa termo racista para se referir ao coronavírus

Termo foi utilizado em mensagens enviadas a cidadãos sobre o atendimento presencial em unidades da Secretaria do Trabalho

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Ouvidoria do Ministério da Economia, pasta sob gestão de Paulo Guedes, usou o termo racista e xenofóbico “vírus chinês” para se referir ao coronavírus em mensagens enviadas a cidadãos que questionaram o órgão sobre o atendimento presencial em unidades da Secretaria do Trabalho.

Questionado sobre o caso, a Ouvidoria afirma que o servidor responsável pelo uso do termo será notificado para retificação do conteúdo. De acordo com o órgão, a atitude “não representa a posição da Ouvidoria e nem do Ministério da Economia”. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

O termo "vírus chinês" foi adotado por diversos políticos da extrema direita, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como forma de culpar o país asiático pela pandemia. No Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também usou a expressão racista para falar sobre o vírus nas redes sociais.

Em março, logo no início da pandemia no Brasil, o filho do presidente Jair Bolsonaro disse que “a culpa (do coronavírus) é da China, e a liberdade (ou seja, o fim do comunismo no país) seria a solução”. Em resposta, a Embaixada da China disse ao deputado que “suas palavras são extremamente irresponsáveis e nos soam familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami, contraiu, infelizmente, vírus mental, que está infectando a amizades entre os nossos povos”.