Paciente curada do coronavírus sofre preconceito: “você deveria ter morrido”

A funcionária pública foi contaminada na Itália, mas só teve o diagnóstico quando já estava de volta. “Me chamaram de irresponsável por eu ter trazido a doença”, disse

Foto: Arquivo Pessoal
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A primeira pessoa diagnosticada com Covid-19 no Estado do Rio concluiu os 15 dias de quarentena nesta terça-feira e foi liberada pelos médicos para sair de casa.

A funcionária pública, de 28 anos, que mora na pequena cidade de Barra Mansa, no Sul Fluminense, foi a um restaurante com drive thru com o marido e quando voltou levou um susto:

“Um funcionário do restaurante avisou ao motorista que estava num carro logo atrás do meu que eu estava no restaurante. A pessoa gravou um áudio e postou nas redes sociais. A mensagem vinha com alerta de que eu, a pessoa com coronavírus, estava na rua.  Eu me curei do coronavírus, mas estou sofrendo com o preconceito”.

Ela relata que, enquanto estava em quarentena, sofreu ataques nas redes sociais. A funcionária foi contaminada na Itália, mas só fez o diagnóstico quando já estava de volta.

“Como é uma cidade pequena, todos se conhecem. Logo após o meu diagnóstico, os comentários nas redes sociais eram muito ruins. Alguns chegaram a dizer que eu deveria ter morrido. Me chamaram de irresponsável por eu ter trazido a doença. Entendo a preocupação das pessoas, mas não foi imprudência minha”, afirmou.

Todas as pessoas que tiveram contato com a servidora fizeram o teste de diagnóstico. Ninguém foi infectado:

“Mesmo com medo do preconceito, resolvi falar para deixar as pessoas mais tranquilas. Temos que cuidar para impedir a infecção daqueles que correm mais riscos, como os idosos, mas a doença nem sempre é fatal”, encerrou.

Com informações do Globo

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