Para Bolsonaro, coronavírus é como gravidez: "Uma hora a criança ia nascer"

Presidente continua fazendo pouco caso da pandemia de coronavírus e considera a preocupação uma "histeria"

Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, e Jair Bolsonaro (Reprodução)
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Suspeito de ter sido infectado pelo coronavírus, já que pelo menos 13 pessoas de sua comitiva que foi aos Estados Unidos estão com a doença confirmada, o presidente Jair Bolsonaro segue minimizando e tratando a pandemia global como algo menor do que de fato ela é.

Em conversa com a imprensa no final da tarde desta terça-feira (17), no Palácio da Alvorada, o presidente chegou a comparar o coronavírus com uma gravidez.

"É como uma gravidez, a criança uma hora vai nascer. O vírus uma hora ia chegar aqui", disparou.

Na mesma conversa, Bolsonaro repetiu o que já havia falado pela manhã, também no sentido de fazer pouco caso com o problema. "Nós íamos passar por isso. O que está errado é a histeria, como se fosse o fim do mundo. Uma nação como o Brasil, por exemplo, só estará livre quando um certo número de pessoas for infectado e criar anticorpos", afirmou.

Aumento dos casos e mortes

A nova atualização do Ministério da Saúde com os dados do novo coronavírus apontou uma aumento exponencial na quantidade de pacientes suspeitos de infecção pelo vírus. O número quadruplicou de segunda para terça-feira (17).

Dados apresentados pelo ministério através da Plataforma IVIS mostram um crescimento de casos confirmados de 234 para 290. Já os suspeitos subiram de 2.064 para 8.819.

A primeira morta confirmada no país aconteceu na manhã desta terça-feira em São Paulo. A vítima foi um homem de 62 anos, e este é o único caso confirmado pelo Ministério da Saúde.

Um segundo caso também foi divulgado, sem confirmação oficial pelo Ministério da Saúde. Trata-se de uma mulher de 76 anos que também estava internada em São Paulo.

Ainda há um terceiro caso de morte, desta vez no Rio de Janeiro, que ainda não foi contabilizado pelo Ministério.