Para Viviane Senna, experiência em outros países mostra que é seguro reabrir as escolas

A empresária diz ainda que “as crianças são muito pouco suscetíveis à Covid-19. No mundo, são 24% da população, e apenas 2% dos casos de contaminados, dos quais 0,1% foi a óbito”

Foto: Ivan Franchet/Instituto Ayrton Senna
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Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, que chegou a ser convidada pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) para ser ministra da Educação, afirmou em entrevista à Folha, publicada nesta quarta-feira (16), que “as pesquisas, os dados e a experiência em outros países mostram que é seguro reabrir as escolas".

De acordo com ela, “o princípio de qualquer decisão em política pública deve ser lastreado em evidência científica e empírica. As pessoas temem três riscos: o da contaminação das crianças, o do óbito e o da chance de transmitirem para adultos. Mas as pesquisas e os dados mostram que esses riscos são pouquíssimo relevantes e não justificam que se mantenha as escolas fechadas”.

Viviane Senna afirma ainda que “as crianças são muito pouco suscetíveis à Covid-19. No mundo, são 24% da população, e apenas 2% dos casos de contaminados, dos quais 0,1% foi a óbito. São 37 vezes menos que os adultos. No caso da gripe, as taxas de infecção e óbitos dentre crianças é duas vezes maior do que as da Covid-19. Se não abrimos escola pensando no risco de morte das crianças, deveríamos ter mais medo da gripe”.

Com relação à transmissibilidade para os adultos, Viviane considera que “em razão de as crianças serem assintomáticas, não se confirmou em diversos países, inclusive a partir da volta às aulas. O pico do fechamento das escolas foi em abril, com 192 países, representando 91% ou 1,6 bilhão de alunos. Em setembro, são 46 países, menos de 24% do total”.

Ao final da entrevista, perguntada se está arrependida de não ter aceitado o convite de Bolsonaro para ser ministra da Educação diante da falta de gestão que o governo federal demonstrou nessa área durante a pandemia, a empresária afirmou:

“Acho que a arma mais poderosa do mundo não é o cargo, mas a consciência. Se armarmos a consciência de todos, não há o que possa deter. Não podemos ser aconselhados pelo medo e pelo ódio, mas pela ciência e pela consciência ética. Cabe a cada um de nós mudar o que não é aceitável.”