Pazuello chama de “jogada de marketing” aplicação da CoronaVac com Doria

Após aprovação da Anvisa e dose aplicada em SP com presença do tucano, ministro da Saúde dá entrevista em que diz que ação quebra “lealdade federativa”

Foto: Marcos Corrêa/PR
Escrito en CORONAVÍRUS el

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, atacou a aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 feita em São Paulo neste domingo (17), feita em São Paulo com a presença do governador João Doria (PSDB). Em entrevista depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial da CoronaVac neste domingo (17), Pazuello disse que uma ação como essa é uma “jogada de marketing”.  

Visivelmente nervoso no início da entrevista, Pazuello afirmou que o ministério tem doses disponíveis e poderia, “em um ato simbólico ou jogada de marketing iniciar a vacinação”, mas que, em respeito aos governadores do país, não fará isso. Só que Pazuello mentiu: o governo federal ainda não tem em seu poder nenhuma dose da CoronaVac e, desta forma, não poderia  ter feito o “ato simbólico” que ele atacou.  

A declaração foi uma indireta a Doria. Logo depois que a Anvisa aprovou por unanimidade a vacina, a enfermeira Mônica Calazans, do Hospital Emílio Ribas, recebeu a dose, ao lado do tucano. Na sequência, ele fez um pronunciamento, com ela ao lado.

“Plano de vacinação já foi apresentado ao STF, foi lançado no Planalto, sendo pactuado com todos os estados e o Distrito Federal. Quebrar isso é desprezar a lealdade federativa”, afirmou, em entrevista no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, no Rio de Janeiro.