Pesquisador de Oxford alerta sobre duração da pandemia: “Brasil ainda vai sangrar por muito tempo”

Segundo o brasileiro Ricardo Schnekenberg, que é médico pesquisador da universidade britânica, o surto no país tem características diferentes dos da Europa, “e manterá altos níveis de mortalidade por muito tempo”

Covas coletivas em Manaus, Amazonas - Foto: Reprodução
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O segundo lugar no ranking de mortes pode ser só o começo da tragédia brasileira em meio à pandemia do coronavírus. É o que acredita o médico brasileiro Ricardo Schnekenberg, pesquisador da Universidade de Oxford, ao comparar o surto no Brasil com o que acontece em outros países.

Em entrevista para O Globo, Schnekenberg comenta que “no Reino Unido, diferentes regiões do país seguiram a mesma recomendação, e isso foi importante, enquanto no Brasil há muita briga, confusão e falta de liderança nacional”

“A gente vai sangrar por muito tempo, com níveis altos de mortalidade. Vai ser diferente da Europa, que teve um período curto e muito intenso”, opina o pesquisador, que lembra que os números no Reino Unido, assim como em quase todos os países da Europa, mostram níveis descendentes de contágios e de mortes, diferente da tendência que se vê atualmente no Brasil.

Atualmente, o Brasil tem 828,8 mil infectados por covid-19, e 41,8 mil mortes, enquanto o Reino Unidos tem 294,4 mil infectado e 41,5 mil mortes. Ambos são superados pelos Estados Unidos, que têm mais de 2 milhões de infectados e 114,7 mortes.

Ricardo Schnekenberg também é coautor do relatório coordenado pelo Imperial College de Londres sobre o Brasil.