Possível vitória russa na corrida pela vacina do coronavírus desperta acusações cruzadas entre a Casa Branca e o Kremlin

Estadunidenses acusam “hackers russos” por suposto ataque a informações de laboratórios do país. A resposta de Moscou foi a seguinte: “Querem manchar os méritos nos nossos cientistas, que estão perto de serem os primeiros a lançar uma vacina no mercado”

Reprodução/TV estatal chinesa
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A corrida por lançar a primeira vacina contra o coronavírus, e poder entrar para a história como o país responsável pela erradicação da pandemia de covid-19, ganhou novos ares desde a terça-feira (14), quando cientistas russos anunciaram o sucesso da etapa de exames clínicos do seu projeto, e que o produto poderia estar disponível já em agosto.

Curiosamente, nesta quinta-feira (16), um laboratório dos Estados Unidos acusou hackers russos de invasão dos seus computadores, e roubo de informações a respeito do desenvolvimento de vacinas.

Poucas horas depois, outros laboratórios do Reino Unido e do Canadá fizeram a mesma denúncia, e o Centro Nacional de Cyber Segurança do país anunciou estaria investigando uma pista de que a ação hacker poderia “estar sendo patrocinada pelo estado russo”.

A Casa Branca também não perdeu tempo em comentar a situação, e a fazer a mesma alusão, através de um comunicado em que disse também estar investigando um possível envolvimento do governo russo com esse suposto ataque hacker, a partir das informações entregues por laboratórios estadunidenses que asseguram terem sido invadidos.

Em resposta, o Kremlin classificou a repercussão do caso como uma “ação coordenada” entre os países, para “tentar difamar uma possível vitória da Rússia” na corrida por lançar a primeira vacina contra o coronavírus.

A postura oficial de Moscou foi reforçada por Kiril Dmitriev, diretor do Fundo de Investimento Direto da Rússia, órgão responsável por financiar o desenvolvimento e agora a produção da vacina russa. Segundo o funcionário, “toda esta história parece uma tentativa de manchar a vacina russa, por parte daqueles que temem que ela possa ter sucesso, e porque não querem ver que os nossos cientistas serão os primeiros em lançar uma vacina no mercado, com o potencial de ser a mais eficaz”.

Em entrevista para o canal de notícias RT, Dmitriev também disse que as acusações feitas até agora não apresentam nenhuma evidência de que houve envolvimento russo, ou mesmo de que tais ataques realmente existiram. “São as típicas acusações sem prova alguma nem confirmação”, insistiu o diretor.