Remédio cubano contra coronavírus já teria curado 1500 pessoas na China

Cuba trabalha também no desenvolvimento de um antiviral, o cigb 210, bem como de um candidato a vacina para submetê-lo à consideração da China

Foto: Reprodução/Colarebo
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Cerca de 1.500 pacientes diagnosticados com o coronavírus foram curados pelo medicamento chamado ‘Interferon alfa 2B’ (IFNrec). O remédio é produzido desde 25 de janeiro na fábrica cubana Chang-Heber, localizada na cidade de Changchun, província de Jilin, na China.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou que a descoberta do medicamento se deu graças à relevância do trabalho entre os dois países. “Nosso apoio ao governo chinês e ao povo em seus esforços para combater o coronavírus”.

Até agora, sabe-se que o ‘Interferon alfa 2B’ conseguiu curar mais de 1.500 pacientes e é um dos 30 medicamentos escolhidos pela Comissão Nacional de Saúde da China para curar a condição respiratória.

“O interferon alfa 2B tem a vantagem de que, em situações como essa, é um mecanismo para se proteger, seu uso impede que pacientes com a possibilidade de agravar e complicar cheguem a esse estágio e, finalmente, tenham a morte como resultado”, disse Luis Herrera Martínez, consultor científico e comercial do grupo de negócios BioCubaFarma.

Durante anos, foi feita uma transferência de tecnologia para a província chinesa, o que resultou na planta conjunta em que o produto é fabricado “exatamente com a mesma tecnologia que a nossa, e que responde aos padrões de qualidade aprovados pelas autoridades” de ambos os países, acrescentou Martínez.

Medicamento multiuso

O IFNrec também é aplicado contra infecções virais causadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), papilomatose respiratória causada por papiloma humano, condiloma acumulado e hepatite tipos B e C, além de terapias contra vários tipos de câncer.

Apesar do bloqueio econômico, financeiro e comercial que os Estados Unidos mantêm contra a ilha do Caribe, o sistema médico cubano tem sido reconhecido internacionalmente.

Por exemplo, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) parabenizou a ilha em 2018 por alcançar a menor taxa de mortalidade em sua história, com 4,0 por mil nascidos.

Em 2015, recebeu o primeiro reconhecimento mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao eliminar a transmissão do HIV de mães para filhos e das bactérias causadoras da sífilis.

Vacina

O grupo BioCubaFarma trabalha também no projeto de desenvolvimento de um antiviral cubano, o cigb 210, bem como de um candidato a vacina para submetê-lo à consideração da China, além de faixas rápidas para o diagnóstico da doença.

Segundo o ministro da Saúde Pública de Cuba, José Ángel Portal Miranda, a ilha continua sem casos confirmados do novo coronavírus que já afetou 104 nações. Até o momento, trinta viajantes foram admitidos para estudo e depois de realizar sete novas análises especificamente para o Covid-19, que, como as oito anteriores, foram negativas, o país permanece sem a doença.

Nesta quarta-feira, no entanto, o noticiário de televisão cubana (NTVC) confirmou que três cidadãos da Itália, que estavam visitando Cuba, deram positivo para o coronavírus.

“A evolução dos três pacientes confirmados é favorável e até agora nenhum representa perigo para suas vidas”, informou o Ministério da Saúde Pública em nota divulgada pelo jornal Granma.

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Com informações do Granma