Repórter da Folha cumpre quarentena espontânea após acompanhar Bolsonaro nos EUA

Marina Dias, correspondente da Folha, diz que jornalistas que tiveram contato com a comitiva de Bolsonaro nos EUA não foram contatados e nem orientados sobre como proceder. Ao menos 12 pessoas que acompanhavam o presidente estão infectados com coronavírus

Comitiva de Bolsonaro com Donald Trump e Marina Dias, da Folha de S.Paulo (Montagem)
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A jornalista Marina Dias, da Folha de S.Paulo, divulgou texto nesta segunda-feira (16) no jornal dizendo que se colocou em quarentena por conta própria após acompanhar a viagem da comitiva de Jair Bolsonaro nos Estados Unidos há menos de duas semanas.

"Confesso que só comecei a sentir medo do coronavírus há nove dias. E, desde quinta-feira (12), decidi não sair de casa", escreve.

Apesar de ser proibida pela Secretaria de Comunicação do governo de acompanhar o encontro entre Bolsonaro e Donald Trump em mar-a-lago, Marina Dias diz que cumprimentou e conversou com ministros e integrantes da comitiva.

"Um deles era o indicado à embaixada do Brasil nos EUA, Nestor Forster, que recebeu o diagnóstico positivo para o vírus na sexta (13)", além de Forster, pelo menos outras 11 pessoas que estiveram na comitiva testaram positivo para Coronavírus nos últimos dias.

"Os jornalistas que acompanharam a viagem de Bolsonaro à Flórida —e tiveram contato direto com Wajngarten não foram contatados ou orientados sobre o que deveria ser feito", diz a jornalista, que ressalta que não apresenta os sintomas, "mas o período de incubação pode ser de até 14 dias".

"Washington mudou em uma semana. Prateleiras de mercados estão vazias, fazer compras online tem sido cada vez mais difícil, com escassez de produtos e datas de entrega, e a prefeita Muriel Bowser decretou estado de emergência na cidade. Hoje é o quinto dia em que não saio do meu apartamento", afirma a jornalista, que é correspondente do jornal brasileiro nos EUA.