"Resposta desdenhosa de Bolsonaro à doença vai custar caro ao Brasil", diz ex-economista do FMI

Para Maurice Obstfeld, atitude do presidente brasileiro pode levar a uma segunda onda de infecção no país

Jair Bolsonaro (Foto: Carolina Antunes/PR)
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O ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Maurice Obstfeld, afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico que a atitude do presidente Jair Bolsonaro perante o avanço do coronavírus "vai custar caro ao Brasil".

“Com uma liderança apropriada, o Brasil claramente teria a capacidade de salvaguardar a saúde das pessoas, mas agora é uma área de alta incidência na América Latina. Isso não protege a economia - pelo contrário”, afirma ele.

Professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Obstfeld diz ainda que a atitude do presidente brasileiro pode levar a uma segunda onda de infecção no paísou a um confinamento mais severo à frente. "As pessoas podem não ser capazes ou não ter vontade de participar integralmente da economia, se elas estiverem doentes ou temerem a infecção".

Para o especialista, a economia brasileira pode encolher mais do que os 5,3% projetados neste ano pelo FMI por causa da resposta de Bolsonaro à crise do coronavírus. Apesar da queda, o economista defende que o governo proteja os mais pobres "custe o que custar".

"A falta de espaço nas contas públicas claramente vai afetar a eficácia da política fiscal. Ao mesmo tempo, a estabilidade social requer que o governo proteja os menos favorecidos, custe o que custar", afirma.