Revista estadunidense chama Bolsonaro de “líder do movimento de negação do coronavírus”

Artigo da The Atlantic chama o presidente brasileiro de “Trump dos trópicos” e relata sua briga com a imprensa e os governadores para evitar medidas que estão sendo tomadas em outros países do mundo

Artigo da revista The Atlantic sobre Bolsonaro e sua postura contrária às medidas de combate à pandemia do coronavírus (foto: reprodução)
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Em artigo publicado nesta sexta-feira (27), a revista estadunidense The Atlantic dá ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro o título de “líder mundial do movimento de negação do coronavírus”.

O texto, assinado pelo jornalista Uri Friedman, destaca isso já no título: “The Coronavirus-Denial Movement Now Has a Leadera”, ou “O Movimento de Negação do Coronavírus agora tem um líder”. Em seguida, conta algumas de suas principais polêmicas recentes, como quando chamou o covid-19 de “gripezinha”, e participou das manifestações de 15 de março tocando as mãos das pessoas, apesar de estar sob suspeita de contágio do vírus.

Mas o tema principal é a postura anticientífica de Bolsonaro, que lhe rendeu não só a definição do título como também o apelido de “Trump dos trópicos”. O texto conta como Bolsonaro, assim como o presidente estadunidense, enfatiza seu menosprezo ao risco do coronavírus, em suas palavras e ações, mas enfatiza que ele vai além que seu colega estadunidense, ao “atacar as autoridades estaduais que implementaram severos bloqueios, acusando-os de destruir o país”.

“Bolsonaro fez tudo isso, mesmo quando as principais autoridades ao seu redor, incluindo ministros, foram infectados pelo covid-19 (…) Também ignorou o conselho de seu próprio Ministério da Saúde, de fazer um auto isolamento por algumas semanas, e de desencorajar grandes reuniões. Fez um espetáculo provocativo, apertando as mãos e tirando selfies, como em um comício, que atraiu centenas de seus apoiadores em Brasília”, conta o artigo.