Sem churrascão: surto de coronavírus no Brasil deve durar pelo menos até o ano novo, diz estudo

Enquanto Bolsonaro prega o fim da quarentena, novo estudo da Universidade de Singapura atualizou projeção do fim da disseminação da doença no Brasil, que era em julho, para 29 de dezembro

Foto: Guilherme Gandolfi
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Enquanto Jair Bolsonaro prega o fim da quarentena e chega a marcar um churrasco com amigos, desrespeitando todas as recomendações de isolamento social, um novo estudo projeta que o surto de coronavírus no Brasil deve durar pelo menos até 29 de dezembro.

A projeção é da Universidade de Singapura, que através de estudos do mesmo tipo conseguiu prever o pico da pandemia em outros países.

Em abril, a mesma instituição projetou que o fim dos contágios coronavírus no Brasil se daria em meados de julho. Com o avanço no número de casos confirmados e mortes nas últimas semanas, no entanto, a projeção foi atualizada para 29 de dezembro.

O estudo se baseia em dados de pessoas contaminadas, suscetíveis e recuperadas da Covid-19. Os pesquisadores alertam, no entanto, que as projeções são suscetíveis de erro e podem ser alteradas de acordo com o comportamento da população e as medidas tomadas pelo governo.

"A evolução da Covid-19 não é completamente aleatória. Como outras pandemias, segue um padrão de ciclo de vida desde o surto até a fase de aceleração, ponto de inflexão, fase de desaceleração e eventual parada ou término", diz um trecho do texto do estudo.

"É um estudo hipotético baseado nos dados que temos até hoje e cuja curva se atualiza diariamente baseada nos novos dados fornecidos pelas fontes", afirmou o infectologista especializado pelo hospital Emílio Ribas, Natanael Adiwardana.

A Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, projeta que a pandemia chegará ao fim em outubro em países como a Itália e o próprio EUA. Já países como Espanha e França chegariam ao fim do surto em agosto e, o Reino Unido, em setembro.