O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde, afirmou nesta terça-feira (17) à Fórum que é praticamente impossível dimensionar o impacto do coronavírus sem o descongelamento de recursos da área da Saúde pelo governo Jair Bolsonaro.
"Bolsonaro tem que descongelar os recursos da saúde para permitir que o Ministério e o Governo de SP cumpram o que a OMS afirmou hoje: os casos sintomático e suspeitos têm que ser testados. Só assim saberemos o real tamanho e como controlar a pandemia", disse o deputado.
Padilha, que é médico, montou um grupo de Whatsapp para comentar diariamente a política do governo sobre o coronavírus - aqueles que quiserem receber as mensagens podem mandar whatsapp para o número (11) 97581-4398. Segundo ele, só os cortes de recursos da saúde em 2019 decorrentes da Emenda Constitucional 95 chegam a mais de R$ 9 bilhões.
"Isso leva a redução de leitos de UTI, de equipes contratadas, dos médicos do Mais Médicos, o que faz o que faz com que o SUS tenha menos capacidade de resposta à crise que poderá vir no inverno".
Diversos especialistas acreditam que o número de infectados que está sendo trabalhado pelo Ministério da Saúde está subdimensionado, com dados bem inferiores à realidade.
Nas contas dos Estados já há em todo o país pelo menos 301 pessoas contaminadas pelo coronavírus, enquanto o Ministério da Saúde ainda trabalha com os 234 casos divulgados na tarde de ontem.
Outra questão levantada por especialistas que conversaram com a Fórum é que com a transmissão comunitária em estados como São Paulo – que soma ao menos 152 infectados – e Rio de Janeiro – com 31 casos notificados – a dificuldade de se contabilizar o número real fica ainda mais difícil.
Testes deixam de ser feitos
Com baixos estoques de reagentes, os laboratórios de medicina diagnóstica também estão deixando de fazer exames.
Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, já falta material para atender a demanda por testes e o grande receio é que não haja insumos, que são importados, para atender a população no momento de crise aguda da pandemia no país.