Sindicato aciona governo Doria para que professores tenham prioridade na vacinação em SP

"Se o governador quer tanto o retorno às aulas presenciais, por que não incluir os professores na primeira leva de vacinados?", questiona a presidenta da Apeosep, deputada Professora Bebel

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O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) protocolou, na segunda-feira (7), um ofício, endereçado ao governo do estado de São Paulo, solicitando que os professores sejam incluídos na primeira leva de vacinação contra a Covid-19, prevista para iniciar em 25 de janeiro.

O anúncio do início da vacinação foi feito pelo governador João Doria (PSDB) também na segunda-feira. O governo estadual aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a distribuição do imunizante CoronaVac, produzido pelo Instituto Butantan em parceira com um laboratório chinês, que terá como público alvo, a princípio, profissionais de saúde, pessoas com 60 anos ou mais e grupos indígenas e quilombolas.

De acordo com a Apeoesp, os professores devem ser incluídos no grupo prioritário devido ao risco de contágio existente em sala de aula, local de aglomeração de pessoas.

No ofício, o sindicato evoca a campanha de vacinação contra a gripe adotada até 2019, que prioriza os profissionais da educação.

"E tem mais: se o governador quer tanto o retorno às aulas presenciais, por que não incluir os professores na primeira leva de vacinados?", questionou a presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT-SP).

Confira a íntegra do ofício aqui.

Guerra das vacinas

Em mais um episódio da guerra política envolvendo a vacina contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, protagonizou um bate-boca com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em uma disputa sobre a origem da Coronavac, medicamento desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, que é vinculado à Secretaria estadual de Saúde e produz grande parte das vacinas utilizadas no PNI (Programa Nacional de Imunizações) do governo federal.

Na reunião dos governadores com o ministro, para conhecimento das estratégias do governo Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o programa de imunização, Doria indagou Pazuello se um suposto favorecimento a laboratórios ocidentais pelo governo federal se daria por “questões ideológicas”.

“A vacina Coronvac não teve nenhum investimento feito pelo governo federal. Ela também ainda não foi aprovada. O que difere, ministro, a condição e sua gestão como ministro da Saúde de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra vacina? É uma razão de ordem ideológica, política ou de falta de interesse em disponibilizar mais vacinas, sendo que, no total, temos 300 milhões de doses para sair a partir de fevereiro do próximo ano, sendo que vamos precisar de mais de 400 milhões de doses da vacina. Se é fato que o senhor tem as vacinas, por que não iniciar imediatamente a vacinação dos brasileiros?”, disse o tucano.