O tenente-médico Luciano Dias Azevedo foi citado pela médica Nise Yamaguchi como responsável pelo decreto que propôs mudanças na bula da cloroquina para que o medicamento fosse recomendado aos pacientes com Covid-19. A informação é de Vicente Nunes, do Correio Braziliense.
Nise Yamagushi teria assegurado ao jornalista que só viu o decreto um dia depois da reunião de 20 de abril de 2020, no Palácio do Planalto, na qual foi apresentada a proposta. Ela negou as acusações do diretor Anvisa, Antonio Barra Torres, de que foi a responsável por questionar sobre a possibilidade de mudança da bula.
“Ela fez uma proposta absurda, ninguém aqui pode fazer isso. É o laboratório que tem a bula”, condenou Barra Torres, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. O diretor não soube dizer, no entanto, quem foi o responsável da ideia.
Em nota à imprensa, Nise disse que "já existem evidências científicas comprovadas para o uso de medicações que possam auxiliar no combate às fases iniciais da Covid-19". Ela disse ainda que, caso seja convocada, estará "à disposição da CPI da Covid-19 para esclarecimentos".
Brasil Vencendo a Covid-19
Luciano Dias Azevedo participou do encontro de médicos bolsonaristas “Brasil Vencendo a Covid-19”, no Palácio do Planalto, no dia 24 de abril do ano passado. O grupo entregou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro defendendo o chamado "tratamento precoce" contra a Covid-19, o que envolve o uso de cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.
Na ocasião, o tenente discursou em defesa da cloroquina. “Entendemos que a Covid-19 é uma doença que, hoje, tem tratamento e a melhor resposta acontece quando abordada precocemente, como toda e qualquer doença. Nossas estratégias de tratamento são simples de serem aplicadas, são multiplicadas e, com elas, temos prevenido internações e evitado óbitos”, disse o médico.
“Aprendemos, com o atendimento precoce, que atacar o vírus já na fase inicial da doença usando remédios simples, como a hidroxicloroquina, a azitromicina, o zinco, junto com outros medicamentos, torna essa doença mais branda e impede que a maioria dos doentes se agrave”, explicou Luciano Dias Azevedo. “Isso faz com que consigamos tratar a maioria dos pacientes, ainda que piorem, sem a necessidade de internação e no conforto dos seus lares”, completou.
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