The Economist ironiza Bolsonaro em charge e diz que impeachment depende das mortes por coronavírus

Revista britânica destaca boicote e negligência do presidente às orientações do Ministério da Saúde e diz que sua estratégia é mobilizar sua base de apoio

Reprodução
Escrito en CORONAVÍRUS el

A revista britânica The Economist publicou uma charge nesta sexta-feira (3) ironizando o presidente Jair Bolsonaro sobre o pedido de suspensão do isolamento social no país. Na imagem, Bolsonaro aparece cercado de coronavírus em tamanho macroscópico e pede para que brasileiros saiam de casa. "Uma chuvinha não vai machucar vocês", diz ele na charge.

A revista também publicou uma reportagem traçando um panorama de como os presidentes da América Latina têm lidado com o vírus. Ao abordar o presidente brasileiro, a revista fala sobre risco de impeachment e compara Bolsonaro com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, citado como AMLO. Ambos são chamados de "populistas" e com estratégias contrárias ao que tem sido feito na Argentina e Chile.

A reportagem diz que Bolsonaro sabotou ativamente os esforços para controlar o vírus. "No Brasil, os governadores estaduais impuseram bloqueios, inclusive em São Paulo e no Rio de Janeiro. Essas medidas são populares. A negligência de Bolsonaro é menos", diz o texto.

"Os moradores da cidade fizeram protestos contra o presidente. Isso levou a um contra-ataque. Bolsonaro criticou os governadores, publicou um vídeo proclamando 'O Brasil não pode parar' e instou os apoiadores a organizar carreatas contra quarentenas", continuou.

Sobre o risco de impeachment, a revista diz que isso vai depender do número de mortes por coronavírus no país. "Quanto a Bolsonaro, alguns acham que suas ações merecem impeachment por ameaçar o direito constitucional à vida. Sua estratégia parece ter como objetivo sustentar sua base. Pesquisas mostram que ele mantém o apoio de um terço dos entrevistados. Isso deve ser suficiente para manter o emprego, dependendo de quantos brasileiros morram", finaliza.