Transporte de vacina: Flávio Bolsonaro, Lira e Ciro Nogueira teriam esquema, diz Miranda

Deputado afirma que existia pressão envolvendo contrato do governo com a VTCLog, porque a gestão de Eduardo Pazuello não queria atender aos pedidos de reajuste contratual feitos pela empresa

O deputado Luis Miranda - Foto: Reprodução
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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) entregou à CPI do Genocídio denúncia a respeito de um contrato para o transporte de vacinas contra a Covid-19 com a empresa VTCLog.

Os principais alvos das revelações estão o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), de acordo com reportagem da revista Crusoé.

Segundo as informações encaminhadas à comissão, o dono da VTCLog, Carlos Alberto de Sá, conhecido como Carlinhos, solicitou a ajuda de um amigo, chamado Flávio Loureiro de Souza, que é próximo de Lira, Ciro e Flávio Bolsonaro. O objetivo seria resolver o impasse dentro do Ministério da Saúde.

A pressão política envolvendo o tal contrato teria começado porque a gestão do general Eduardo Pazuello na pasta não queria atender aos pedidos de reajuste contratual feitos pela empresa. Por isso, ameaçava rescindir o vínculo. O ex-ministro da Saúde é investigado pela CPI.

Flávio Loureiro de Souza admitiu à reportagem que mantinha relação com os políticos mencionados, incluindo Flávio Bolsonaro, que, inclusive, jogaria “futebol em sua casa”.

Irregularidades

Miranda denunciou publicamente um esquema de irregularidades na importação de vacinas pelo governo de Jair Bolsonaro.

Ele afirmou que seu irmão, Luís Ricardo Miranda, servidor do setor de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, sofria pressão dentro da pasta para agilizar a compra da vacina Covaxin.

A aquisição do imunizante foi a única que contou com um intermediário: a empresa Precisa Medicamentos. O preço da compra foi 1.000% maior do que era anunciado pela fabricante seis meses antes.