Trump gasta quase 2 bilhões de dólares na compra de todo lote de duas vacinas contra o coronavírus

Embora os contratos não exijam exclusividade, os laboratórios Pfizer e BioNTech já afirmaram que suas produções até meados de 2021 serão totalmente capturadas pelo pedido estadunidense

Donald Trump - Arquivo
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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (22) que pagará 1,95 bilhão de dólares a dois laboratórios (o estadunidense Pfizer e o alemão BioNTech) para produzir e fornecer ao país mais de 100 milhões de doses das vacinas que estão produzindo contra a infecção covid-19, causada pelo novo coronavírus.

O acordo permitirá ao governo adquirir um volume adicional de 500 milhões de doses durante os anos posteriores. Os dois laboratórios ainda não concluíram o desenvolvimento das suas vacinas, mas já admitiram que os pedidos deverão capturar toda a capacidade de produção desses produtos quando estejam disponíveis.

Isso significa que, apesar dos contratos não preverem exclusividade, todas as doses produzidas por essas duas empresas entre o final de 2020 e todo o primeiro semestre de 2021 terão que ser destinadas aos Estados Unidos.

A compra foi realizada em uma iniciativa governamental que contou com a ação do Departamento de Saúde e do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O segundo já afirmou, através das redes sociais, que as vacinas serão distribuídas gratuitamente aos cidadãos estadunidenses, e alguns meios de imprensa locais especulam que o presidente Donald Trump possa usar essa medida como carta na manga em sua campanha pela reeleição – as eleições presidenciais no país acontecerão no dia 3 de novembro.

Não é a primeira vez que os Estados Unidos aparecem vinculados a uma ação tentando adquirir exclusividade em uma vacina: em março deste ano, Trump ofereceu ao laboratório alemão CureVac um acordo de 1 bilhão de dólares para garantir antecipadamente a exclusividade da vacina que estavam preparando, o que levou o governo de Angela Merkel a intervir na questão.