Vacina desenvolvida por pesquisadores de Oxford para coronavírus vai ser testada no Brasil

Universidade fez acordo com farmacêutica e instituições para distribuir a vacina até o final de 2020

Foto: Daniel Guimarãres/ A2img
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou, no último dia 2, a inclusão do Brasil nas pesquisas clínicas de último estágio de desenvolvimento de uma vacina para o coronavírus, conduzidas pela Universidade de Oxford, da Inglaterra.

A pesquisa vai testar 2.000 voluntários no país, e faz parte de um acordo global para o desenvolvimento e distribuição da potencial vacina, em estudo apoiado pela empresa farmacêutica AstraZaneca. 

Os estudos em estágio avançado avaliarão a segurança, a eficácia e a resposta imune da nova vacina em mais de 10.000 pessoas no Reino Unido, além de um estudo de fase III nos EUA, com a inscrição de 30.000 pacientes. O estudo clínico também incluirá um estudo pediátrico e testes em países de baixa a média renda, incluindo o Brasil. 

A pesquisa teve um estudo clínico de Fase I/II da vacina iniciado em abril no Reino Unido, para avaliar a segurança e a resposta imune em mais de 1.000 voluntários saudáveis com idades entre 18 e 55 anos.

Segundo Vijay Rangarajan, Embaixador Britânico no Brasil, o governo britânico está investindo £65 milhões nessa vacina. "Uma vacina que seja globalmente acessível, tratamentos efetivos e testes são essenciais para acabar com esta pandemia e começar uma retomada da economia global", afirmou.

Para a AstraZaneca, o Brasil é uma prioridade devido à situação crítica da pandemia no país. "Nenhum país pode enfrentar este desafio sozinho - e nós precisamos de financiamento conjunto e colaboração", completou Rangarajan. 

Segundo Lily Yin Weckx, coordenadora do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é importante realizar essa etapa dos estudos enquanto curva de contágio ainda está em ascensão, permitindo resultados mais assertivos.

A AstraZeneca e a Universidade de Oxford se comprometeram a ter a vacina disponível sem lucros durante a pandemia, buscando uma distribuição em cadeia global. A capacidade de produção é de 1 bilhão de doses, já estabelecidas. Segundo a empresa, a entrega da vacina pode ser antecipada para setembro ou outubro de 2020, caso os resultados sejam positivos.

Na última quinta (4), a AstraZeneca chegou a um acordo de US$ 750 milhões com a Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), a Vaccine Alliance e o Serum Institute of India (SII) para apoiar a fabricação, aquisição e distribuição de 300 milhões de doses da vacina, com entrega prevista para o final deste ano, e fornecer 400 milhões antes do final de 2020. 

Os acordos com o CEPI e a Gavi foram realizados por meio do Acelerador de Acesso às Ferramentas COVID-19 (ACT), uma inciativa da Fundação Bill & Melinda Gates e da Organização Mundial da Saúde (OMS).