O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) afirmou, há cerca de quatro meses, no início da pandemia no Brasil, que o número de mortos por Coronavírus não chegaria a 800.
“O número de pessoas que morreram de H1N1 no ano passado foi na ordem de 800 pessoas. A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao Coronavírus”, disse Bolsonaro.
Às vésperas do Brasil chegar a 100 mil mortes oficiais provocadas pelo novo coronavírus – que devem ser confirmadas pelo Ministério da Saúde no sábado (8) -, o presidente Jair Bolsonaro voltou a suspeitar dos números da pandemia, dizendo que são inflados, e a dizer que fez o “possível e o impossível” para combater o Sars-Cov-2.
Apesar da declaração, o presidente é alvo de mais de 40 pedidos de impeachment – muitos deles apresentados em razão da postura adotada por ele diante da pandemia -, e possui em suas costas duas denúncias no Tribunal Penal Internacional por genocídio e crime contra a humanidade.
Enquanto Bolsonaro diz que “morre gente todo dia”, a pandemia registra números (que são vidas perdidas) que não se comparam nem à pandemia da gripe espanhola. A crise sanitária provocada pelo Sars-Cov-2 no Brasil já superou de longe a pandemia da gripe suína (2.146 óbitos entre abril de 2009 e janeiro de 2010) e já se aproxima do triplo do número de mortes provocadas pela gripe espanhola (35 mil entre 1918 e 1919).