200 artistas mandam carta à Funarte cobrando preservação de acervo

Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg, Marieta Severo e Juca Ferreira estão entre os signatários; entidade acenou positivamente às reivindicações

Prédio do Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da Funarte | Foto: Google Maps
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Cerca de 200 artistas enviaram uma carta ao presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Tamoio Athayde Marcondes, cobrando medidas para garantir a devida preservação do acervo do Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc). O documento destaca a interdição do Cedoc e lembra dos incêndio recente na Cinemateca e da destruição do Museu Nacional.

"O Brasil perdeu recentemente um montante de acervos de valor incalculável – além dos incêndios do Museu Nacional e da Cinemateca, há a crise da SBAT [Sociedade Brasileira de Autores Teatrais]. Nestas condições, é urgente agir em prol do acervo CEDOC/Funarte", diz trecho da carta, obtida pelo jornalista Gustavo Cunha, de O Globo.

O documento que cobra a Funarte pelo cuidado ao acervo foi elaborado pelo Grupo de Pesquisa História do Teatro Brasileiro, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), e conta com o respaldo de mais de 200 artistas. Segundo O Globo, Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg, Marieta Severo, Ary Fontoura, Juca de Oliveira, Marco Nanini e Renata Sorrah estão entre eles.

O Cedoc, localizado em prédio de 13 andares no Rio de Janeiro, foi interditado recentemente. Segundo O Globo, o local conta com o maior acervo de sobre teatro na América Latina, com cerca de dois milhões de itens. Risco de sobrecarga elétricos - que pode acabar provocando um incêndio - e falta d'água estão entre os problemas do local.

A Funarte chegou a responder a reclamação feita pelo grupo dizendo que considera o manejo do acervo para outro lugar como uma opção recomendável diante do cenário. Os artistas receberam bem a resposta da entidade.

Confira trecho da carta difundido por O Globo com as principais reivindicações levadas à Funarte:

Por todo o exposto, reivindicamos:

1) Que o atendimento ao público seja mantido de forma remota por pelo menos seis meses, para que os pesquisadores tenham um tempo mínimo de se estruturar enquanto aguardam a reabertura do CEDOC;

2) Uma audiência pública para discutirmos o destino deste acervo com todos os agentes que devem ser ouvidos neste processo (as comunidades acadêmica, artística e intelectual do país, bem como os profissionais da área da ciência da informação);

3) A participação efetiva e direta da comunidade cultural e técnica vinculada ao CEDOC no processo decisório a respeito da condução do destino do acervo, que deve ficar abrigado em espaço adequado à sua guarda, com tratamento e acesso assegurados