Bárbara Gancia chama Emicida de “bostinha sem senso de humor”, após ser citada no Roda Viva

Discussão começou por conta de um artigo da jornalista de 2007 com críticas ao rap e ao hip-hop

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A jornalista Bárbara Gancia e o cantor Emicida se estranharam a partir da entrevista que rapper deu para o programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (27). Ao ser perguntado pela apresentadora Vera Magalhães sobre o que achava da cultura do cancelamento, o rapper citou Bárbara:

“Muitas pessoas que se dizem canceladas só estão sendo questionadas e responsabilizadas pelo que falaram. As pessoas brancas têm o hábito de dizer coisas e não ter resposta sobre o que disseram. Um exemplo disso é um texto da Bárbara Gancia dos anos 2000 no qual ela diz que o hip-hop é financiado pelo tráfico de drogas e que o Gilberto Gil (Ministro da Cultura na época) não deveria olhar para o hip-hop como movimento cultural. E nenhum de nós tinha voz para responder isso naquele mesmo veículo. Aí quando a gente tem uma posição que a gente consegue trocar de igual, a pessoa se sente cancelada. Ela não está sendo cancelada, está sendo exposta e responsabilizada pela forma irresponsável pela qual ela compartilhou um pensamento”, afirmou, durante a entrevista. Assista:

Emicida se referia ao texto “Cultura de bacilos”, publicada na Folha de São Paulo em 16 de março de 2007. Nele, Bárbara faz uma crítica ao Pontos de Cultura do Brasil, programa social que apoiava projetos visando a realização de ações de impacto sociocultural nas comunidades.

Bárbara se manifestou no Twitter, em uma longa e explosiva mensagem, onde chama o raaper de “bostinha sem senso de humor”. Veja abaixo:

“De minha parte, eu já expliquei um milhão de vezes, inclusive para ele pessoalmente, que fui uma das tantas pessoas da minha geração que não conseguiam achar graça em ver alguém pegar uma música de sucesso, gravar a própria voz em cima e sair dizendo que se tratava de uma composição sua. Pois é, era assim que a toupeira aqui via o rap. Tirei um sarro disso na minha coluna da Folha algumas vezes. Daí tomei tanta porrada que resolvi tomar vergonha na cara e ir estudar a história do rap e do hip-hop pra entender do que se tratava. O que eu fiz foi ler tudo o que podia e passar dia e noite ouvindo para aprender. O resultado disso, orgulho-me em dizer, foi uma completa conversão. Gostaria de convidar a todos para visitar agora mesmo o meu perfil no Spotify e conferir as minhas playlists para verificar se há hip-hop, se eu sou essa pessoa escrota que esse moleque está dizendo que sou. Eu era idiota, tomei na cabeça, fui lá, ralei e aprendi. Emicida não se deu ao trabalho de saber quem sou antes de me esculhambar publicamente, mesmo estando cansado de saber o custo que um ataque desse tipo pode ter nas redes sociais justiceiras e magnânimas dos dias de hoje. Mostrou ser um nanico, um bostinha sem senso de humor, o mesmo que reagiu feito moleque chorão quando eu tirei sarro dele no Twitter. É lamentável ele ter se portado dessa maneira comigo, uma pessoa a quem ele já deveria ter aprendido a respeitar, somos colegas de elenco, eu tenho idade pra ser mãe dele, a nossa chefe já falou pra ele que ele estava errado em me julgar tão mal e, na real, eu acho o trabalho social que ele faz admirável. Mas essa parada aqui comigo passou dos limites, melancólica mesmo. Ele continua sendo o mesmo que se recusou a trabalhar comigo na Copa da Rússia, o mesmo que me julga sem nem sequer se questionar porque alguém que ele considera tão desprezível ocuparia espaços em lugares tão próximos aqueles em que ele também está presente. Seriam todos idiotas e só ele enxerga a verdade? Olha só, Emicida: humildade é boa e mandou lembranças, sabichão”, escreveu ela.

Com informações do Metrópoles

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