As 10 melhores séries de 2021

Uma seleção de séries para assistir em plataformas de streaming, como Netflix, HBO e Amazon, segundo a Redação da Revista Fórum

La Casa de Papel, uma das séries mais adoradas da Netflix (Foto: Divulgação)
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Pose

Com três temporadas, sendo a última lançada em 2021 no canal de streaming Star+, "Pose" é uma das melhores séries dos últimos anos. O elenco, além de ser predominantemente composto por pessoas trans e negras - o que infelizmente é uma raridade no mundo do entretenimento -, reúne artistas incríveis, que interpretam personagens que emocionam o público com histórias de muita luta e resistência.

Ambientada na Nova York dos anos 80 e 90, a série explora a cultura ballroom, criada por pessoas LGTQIAP+ latinas e negras no Estados Unidos. Os personagens principais são dançarinos e modelos que se apoiam uns nos outros, em uma rede de "famílias" chamadas de Casas, para resistir contra a LGQTIAP+fobia da época.

O núcleo principal é composto por Blanca (Mj Rodriguez), uma mulher trans que criou uma Casa, e seus "filhos" e amigos. A primeira temporada foi aclamada pela crítica e posteriormente recebeu inúmeras indicações à prêmios, incluindo o Globo de Ouro de Melhor Série Dramática e o Globo de Ouro de Melhor Ator em Série Dramática de Billy Porter. 

Indicação de Carolina Fortes

https://www.youtube.com/watch?v=aUmUQeucVgI

Gentefied

Disponível na Netflix, Gentefied é a indicação certa para quem gosta de uma comédia leve, mas com uma boa crítica social por trás. Ambientada em East Los Angeles, no bairro de Boyle Heights, a série gira em torno dos membros de uma família mexicana que mora nos Estados Unidos. Racismo, gentrificação, imigração, pautas LGBTQIA+... todos esses temas são abordados na produção, cuja segunda temporada foi lançada em 2021.

Na primeira temporada, o avô, Casimiro (Joaquín Cosío), luta para manter sua "taqueria" aberta em meio a uma iminente gentrificação que faz o preço do aluguel subir e sua situação financeira piorar. Ele conta com o apoio dos netos Erik (Joseph Julian Soria), Chris (Carlos Santos) e Ana (Karrie Martin), que passam por seus próprios conflitos internos.

Já na segunda temporada, o restaurante fecha, e a família luta para conseguir que Casimiro - que está há anos ilegal no país - não seja deportado para o México. Os episódios trazem uma reflexão emocionante sobre a situação dos latinos nos EUA, que perderam ainda mais direitos no governo de Donald Trump.

Indicação de Carolina Fortes

https://www.youtube.com/watch?v=NQd7e7i4bM0

Maid

A série Maid (Criada), lançada pela Netflix, é sobretudo sobre violência doméstica e suas consequências. O que intriga na trama, no entanto, é que a agressão ocorrida não é física, mas sim psicológica. A protagonista Alex, interpretada por Margaret Qualley, nunca levou um tapa do companheiro Sean (Nick Robinson).

Longe de cair no melodrama, “Maid” se mantém firme do início ao fim no intuito de alertar o espectador para o problema sem deixar em momento algum de apontar saídas, que são duras, muitas vezes quase insuportáveis, mas sempre imprescindíveis.

Margaret Qualley está irretocável no papel de Alex e consegue manter a dignidade de sua personagem até mesmo, e principalmente, quando está literalmente atolada em fezes e sujeira por todos os lados.

Por tudo o que representa – e pela obra em si – “Maid” é digna de atenção e muitos prêmios.

Indicação de Julinho Bittencourt

https://www.youtube.com/watch?v=tGtaHcqsSE8&ab_channel=Netflix

Euphoria (HBO MAX)

Lançada em 2019, a série Euphoria acompanha as desventuras de Rue, adolescente que vive entre entradas e saídas de clínicas de reabilitação e, ao mesmo tempo, tenta ficar sóbria para não perder a sua amizade e amor por Jules.

Paralelamente à história de Rue, a série trata de temas como a masculinidade entre os jovens atletas, a epidemia de opioides nos EUA e a derrocada da “família tradicional”. Além disso, a produção estética da série é um caso à parte e nos faz viajar juntos com seus protagonistas.

Aclamada pela crítica, a aguardada segunda temporada de Euphoria estreia no dia 9 de janeiro na HBO.

Indicação de Marcelo Hailer

https://www.youtube.com/watch?v=XaiwZrsgWhY&t=3s

O homem das castanhas

Para quem gosta de uma boa história policial, longe dos clichês e com recursos psicológicos interessantes, a série dinamarquesa O homem das castanhas, disponível na Netflix, agrada em cheio. Com apenas uma temporada, o final deixou no ar a possibilidade da produção da segunda.

A trama se passa em um subúrbio tranquilo de Copenhagen, na Dinamarca, e tem início quando a polícia encontra o corpo de uma jovem assassinada em um parque. Dois detalhes chamam a atenção: a vítima teve uma das mãos cortadas e, acima dela, pendurado, está um pequeno boneco feito de castanhas.

A investigação fica a cargo da detetive Naia Thulin (Danica Curcic) e seu novo parceiro, Mark Hess (Mikkel Boe Folsgaard). Juntos, eles descobrem pistas misteriosas que conectam o caso à filha desaparecida da política Rosa Hartung (Iben Dorner).

Indicação de Lucas Vasques

https://youtu.be/t1GGqlo-bk0

La Casa de Papel

Com a emblemática Bella Ciao como trilha sonora, La Casa de Papel dividiu opiniões - até mesmo aqui na redação da Fórum. Mas, posso dizer que estou para série de TVs assim como Jair Bolsonaro está para Economia: um completo ignorante. A diferença é que eu não levo um país inteiro à bancarrota por causa da minha ignorância. Professor e sua trupe quase fizeram isso em seu fictício assalto ao Banco da Espanha. E, longe das críticas técnicas, vi a série com a mesma gana que participaria de uma empreitada do tipo. Creio que muito do sucesso de La Casa de Papel se fez por esse nosso desejo inconsciente de, ao menos uma vez, burlar o sistema financeiro, em vez de ser burlado por ele.

Indicação de Plínio Teodoro

https://www.youtube.com/watch?v=xpub46oft_s

La Casa de Las Flores (Netflix)

Se é verdade que a comédia mexicana La Casa de Las Flores teve sua última temporada lançada em 2020, em 2021 um filme lançado pela Netflix fez os fãs da produção matarem as saudades da Família De La Mora. A série de Manolo Caro traz uma crítica ácida em forma de humor à família tradicional mexicana e todas as suas contradições.

Virginia, Ernesto e os filhos Paulina, Elena e Julián comandam uma floricultura bastante conhecida e tentam sustentar uma imagem de família perfeita. Traições e escândalos sexuais desmontam a falsa noção que a mãe Virgínia tentava estampar em capa de revista. A série também traz debates sobre questões LGBTQIAP+ e uma crítica a Jair Bolsonaro na terceira temporada.

O filme de 2021 surge como continuação da última temporada e promove uma volta ao passado da família De La Mora, reconstituindo um dos momentos mais perturbadores da série, quando um personagem é morto por LGBTQfobia. Paulina, Elena e Julián tentam capturar uma fita que traria a confissão do crime e a série acaba retornando ao casamento do psicólogo Salo.

Indicação de Lucas Rocha

https://www.youtube.com/watch?v=5iXOQUASjLQ
https://www.youtube.com/watch?v=GvmMM755Kh8

Kalifat

Produzida pela Sveriges Television, a TV estatal da Suécia, e disponível na Netflix, Kalifat aborda com realismo e tensão sufocante a cooptação de jovens levada a cabo pelo grupo extremista Estado Islâmico em países da Europa. Dividida em três focos centrais, a séria mostra a corrida desesperada de uma mulher sueca de origem árabe que, levada à Síria pelas aventuras fundamentalistas do marido, tenta de qualquer maneira deixar a cidade de Raqqa, em meio às atrocidades cometidas pela facção chamada pelos europeus de Daesh.

Noutra ponta, duas adolescentes de famílias muçulmanas moderadas (uma de origem palestina, a outra filha de um checheno), que vivem nos subúrbios do que se presume ser a capital Estocolmo se radicalizam por influência de uma liderança estudantil e partem, como hipnotizadas e fascinadas pelos vídeos de doutrinação, para se juntar às forças do Estado Islâmico na Síria.

Por fim, ao passo que as duas histórias se mesclam no decorrer da trama, grandes atentados são planejados pelas células do Daesh que se instalaram na nação escandinava e são investigadas bem de perto por uma agente do serviço de inteligência da Suécia que, por sua personalidade impulsiva e intuitiva, acaba se colocando em situações complicadas em relação aos terroristas e sua própria chefia.

A produção mostra com muita propriedade a dura realidade a cargo das autoridades do Velho Continente para evitar o enraizamento de bandos radicais no seio de sociedades multiculturais que passaram a viver assustadas nos últimos anos com atentados que já deixaram centenas de mortos na Europa.

Indicação de Henrique Rodrigues

https://www.youtube.com/watch?v=zpNTUQOPGeQ

Colônia Dignidade: uma seita nazista no Chile

Parece ficção, mas é realidade. A série documental Colônia Dignidade: uma seita nazista no Chile é chocante ao relatar como um grupo de alemães se juntaram num assentamento na década de 1960 e foram vítimas de Paul Schäfer, um ex-militar nazista. Schäfer convencia seus conterrâneos a virem para o país latino e manipulava as pessoas que acreditavam estar numa comunidade cristã a serviço da solidariedade e fazendo boas ações. Porém, o ex-militar escondia atrocidades como a aliança que fez com o ditador chileno Augusto Pinochet. De seita o local acaba se tornando um centro de tortura.

Disponível na Netflix, a série traz depoimentos dos próprios colonos que ainda estão vivos e carregam consigo todos os traumas e culpas daquele período. Muitos deles punidos com prisões. Como não percebiam? Por que ficavam calados? São várias questões trazidas pelos personagens-protagonistas dessa história de horror. É uma série fundamental para não esquecer das atrocidades do nazismo e da ditadura de Pinochet.

Indicação de Dri Delorenzo

https://youtu.be/IvbU0ZUFl2w

Peaky Blinders

Peaky Blinders não é uma série de 2021. Ao contrário, seus primeiros episódios começaram a ser exibidos pela BBC em 2013. E sua última temporada, a quinta, veio ao ar ainda em agosto 2019. Mas o blogueiro só a assistiu em 2021. E já está esperando ansiosamente as temporadas 6 e 7 que estão sendo gravadas. Peaky Blinders pra mim é a melhor série que já vi. Impressionantemente envolvedora, roteiro excepcional, fotografia perfeita, trilha sonora arrebatadora, que não te deixa sair do clima do filme. A história se inicia no final da primeira guerra mundial, com uma gangue de ciganos, os Peaky Blinders, que tinha por característica usar navalha nas boinas. A história se inicia na cidade de Birmingham, Inglaterra. E daí o enredo vai se desenvolvendo com referências a história deste momento tanto do pais como de outros vizinhos da Europa quanto dos EUA.

O líder da gangue é Thomas "Tommy" Shelby (Cillian Murphy) que vai aos poucos conquistando influência até se tornar deputado do parlamento inglês. E os porões do capitalismo do século XX vão sendo expostos ao expectador.
Não vou dar mais spollier por aqui, mas recomendo imensamente a quem não viu Peaky Blinders que veja em 2022. No começo ela parece um tanto morosa e com uma violência meio sem sentido. Mas aguente firme os dois, três primeiros capítulos que ela vai te capturar de um jeito que a tendência é sonhar com a série depois de maratonar em busca de um final que ainda não vai acontecer, porque a série ainda terá novas temporadas.

Indicação de Renato Rovai

https://youtu.be/oVzVdvGIC7U