ASSÉDIO

Vera Fischer diz que foi chamada de loira burra por diretor da Globo: "não sabe chorar"

Mesmo sofrendo assédio moral, a atriz contou que "desafiava" o chefe e sua postura firme surpreendia o elenco que incluía os atores falecidos Paulo Gracindo e Yoná Magalhães: "Essa gente ficava toda parada"

Vera Fischer no programa "Conversa com Bial"Créditos: Reprodução TV Globo
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A atriz Vera Fischer (70) revelou ao jornalista Pedro Bial em entrevista ao programa dele na TV Globo, que além de ter sido assediada sexualmente, ela também sofreu assédio moral por parte de um diretor da emissora carioca. A entrevista ao programa Conversa com Bial foi exibida nesta sexta-feira (20).

Bial quis saber como Vera era tratada nas gravações em meados da década de 1970, "numa época em que era bonito os diretores gritarem com a atriz". Vera respondeu, que apesar de se impor "desde a primeira novela", foi vítima, sim, de assédio moral.

"Tinha gente me cantando,  eu dava umas desculpas que eu não posso falar agora porque são 'disscussing', mas eu me safava. Aprendi a me safar rapidinho", conta a atriz que foi miss Brasil em 1969. 

"Muita gente deixava, porque são mansos, cordeiros né. Eu tô mais para o outro lado. Para o lado serpente", brincou. 

Vera revelou ainda, que quem mais gritou com ela no set de filmagens foi Walter Avancini (1935-2001), que a dirigiu em seu segundo trabalho na emissora com a novela "Sinal de Alerta" de 1978.  

"Avancini dizia assim: "Chora, sua loira burra, sua loira alemã que não sente nada, que não sabe chorar". Eu dizia: "Venha aqui me ensinar como é que faz, qual é o botão que liga", conta.

Segundo ela, o elenco, que incluía nomes como Paulo Gracindo (1911-1995), Vanda Lacerda (1923-2001) e Yoná Magalhães (1935-2015), ficava espantado com com sua postura desafiadora. "Essa gente ficava toda parada", ironizou.

O período em que ficou internada numa clínica de reabilitação também foi  abordado por Bial que lembrou de uma outra entrevista que concedida por Vera a ele àquela época.

"Lembro. Ali eu entrei por vontade própria, porque eu realmente estava determinada a ouvir aquelas pessoas. Eram pessoas muito inteligentes. Cada um tinha uma história de "drogadição" diferente. Cada um dos terapeutas tinha ali e isso fazia toda a diferença. Eu aprendo sempre muito com as pessoas e suas histórias. Eu tenho um ouvido de "tísico", escuto tudo" , relembra.