JORNALISMO

Documentário sobre assassinato de Bruno e Dom vence prêmio Vladimir Herzog

“Vale dos Isolados” investiga crime que chocou o Brasil e o mundo: a morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips

Ato em junho, no Rio de Janeiro, lembra um ano da morte de Dom Phillips e Bruno Pereira.Créditos: /Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Nesta terça-feira (10), o documentário “Vale dos Isolados: O Assassinato de Bruno e Dom” ganhou o prêmio Vladimir Herzog de melhor produção jornalística em vídeo.

O filme investiga o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido em junho do ano passado. Concorriam na mesma categoria "Boate Kiss – A tragédia de Santa Maria" e "Madeira ilegal. Da Floresta até o Destino Final".

O projeto tem direção da jornalista Sônia Bridi e é fruto de um consórcio de 16 veículos de imprensa do mundo todo. A obra jornalística está disponível no Globoplay.

A equipe passou 100 dias filmando na região do Vale do Javari, no Amazonas, onde o crime aconteceu. Lideranças indígenas, amigos de Bruno e Dom, autoridades e pescadores ilegais foram ouvidos para construir um panorama da violência presente na região negligenciada pelo Estado, que tem o maior número de indígenas isolados do mundo.

Relembre o caso

O prêmio acontece uma semana depois da Justiça do Amazonas decidir levar os réus acusados pela morte de Bruno e Dom a júri popular. Os três acusados, dois dos quais réus confessos, estão em prisão preventiva e serão julgados pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

No dia 5 de junho de 2022, Bruno e Dom foram vítimas de uma emboscada no Rio Itaguaí. O indigenista foi atingido três vezes por tiros de espingarda, nas costas e no rosto, e o jornalista uma vez. Posteriormente, os criminosos esconderam seus pertences e afundaram sua embarcação para não deixar rastros. Foram dez dias até que os corpos fossem encontrados.

Bruno denunciava atividades ilegais da região, como pesca, mineração e exploração de madeira. E o jornalista Dom acompanhava o trabalho do indigenista para o livro “Como salvar a Amazônia”, que estava escrevendo.