No início da década de 80, os Rolling Stones já vinham de 25 anos de convivência. Outras bandas, como os Beatles, por exemplo, aguentaram pouco mais de dez antes de se separarem. O desgaste, segundo Keith Richards conta em sua autobiografia “Vida”, vinha principalmente do comportamento histriônico e mandão do parceiro Mick Jagger.
Até então, Richards andava tão chapado que largou tudo nas mãos de Jagger. Quando se livrou do vício da heroína, ele resolveu assumir o controle da banda ao lado do parceiro. A reação foi, segundo ele, inesperadamente violenta. Os dois, então, passaram a ter problemas de convivência.
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Síndrome do vocalista
Richards diz que Jagger sofre da "síndrome do vocalista". Com toda a atenção que recebe, acaba acreditando que é mais importante que os outros integrantes.
Em um trecho de “Vida” ele revela como surgiu o apelido, que era usado por todos os outros integrantes da banda:
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No começo dos anos 80, Mick começou a ficar insuportável. Foi quando ele se tornou Brenda, ou Sua Majestade, ou simplesmente Madame. Estávamos em Paris, novamente nos estúdios Pathé Marconi, em novembro e dezembro de 1982, trabalhando nas músicas do álbum Undercover. Fui até a WHSmith, uma livraria inglesa na Rue de Rivoli. Esqueci o título do livro, mas ali estava ele, um romance espalhafatoso escrito por Brenda Jagger. Ah, te peguei! De agora em diante, sabendo ou não, gostando ou não, você vai ser a Brenda. E ele com certeza não gostou nem um pouco. Mick levou séculos para descobrir. Nós ficávamos falando da "Brenda, aquela jararaca", e ele bem ali na sala, sem fazer a mínima ideia de que estávamos falando dele. Mas isso gera algo terrível, e é bem parecido com o modo como Mick e eu tratávamos Brian. Uma vez que você libera esse ácido, ele começa a corroer tudo.
