ARQUEOLOGIA

Império Romano: Casal encontra lápide de 2 mil anos escondida no quintal de casa

Descoberta surpreendeu arqueólogos e levantou dúvidas sobre como a relíquia foi parar nos EUA

Imagem ilustrativa.Créditos: Freepik
Escrito en CULTURA el

O que começou como um simples dia de limpeza no quintal terminou com uma descoberta digna de um filme arqueológico. Um casal de Nova Orleans encontrou sob a grama uma pedra antiga que, à primeira vista, parecia comum. Mas as letras entalhadas em latim contaram outra história: tratava-se de uma lápide romana datada do século II.

O achado aconteceu na casa da antropóloga Daniella Santoro, da Universidade de Tulane, e do marido, Aaron Lorenz, no bairro histórico de Carrollton. Ao perceberem que o objeto tinha inscrições incomuns, eles procuraram especialistas. O arqueólogo D. Ryan Gray, da Universidade de Nova Orleans, foi chamado e logo percebeu que não se tratava de nada local.

Segundo Gray, a pedra é uma autêntica lápide romana, pertencente a um soldado chamado Sexto Congênio Vero, integrante da frota pretoriana Misenense — unidade de elite da marinha imperial. O epitáfio menciona que o militar, natural da antiga Trácia (região que hoje inclui partes da Bulgária e da Grécia), viveu 42 anos e serviu 22 no navio Asclépio, antes de ser homenageado por seus herdeiros.


 Pedra é a lápide com inscrição de um soldado trácio que estava em navios de guerra romanos e foi enterrado na Itália. (Crédito da imagem: D. Ryan Gray)
 

Mistério sobre como a peça cruzou o Atlântico

A principal dúvida agora é como a relíquia, feita há quase dois milênios na Itália, foi parar em um quintal nos Estados Unidos. Gray acredita que a pedra possa ter sido levada para o país durante ou logo após a Segunda Guerra Mundial, possivelmente trazida por um soldado americano que esteve na Europa.

A peça, de mármore e medindo cerca de 30 centímetros, é considerada autêntica e está sendo preservada pela Universidade de Nova Orleans. Pesquisadores pretendem investigar o caminho percorrido pela lápide até chegar à Louisiana — uma trajetória que pode unir passado romano, guerra moderna e acaso doméstico.

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