São Paulo se prepara para um momento de memória e resistência neste 25 de outubro de 2025, quando se completam 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado no DOI-CODI durante a ditadura militar. Para marcar a data, o Instituto Vladimir Herzog e a Comissão Arns promovem o “Ato Inter-religioso na Catedral da Sé – 50 anos por Vlado”, resgatando o mesmo local onde, em 1975, milhares de pessoas desafiaram a repressão em uma cerimônia histórica para a democracia brasileira.
A programação começa às 19h com acolhida e participação do Coro Luther King, seguida de manifestações inter-religiosas que contarão com a presença de Dom Odilo Pedro Scherer, da reverenda Anita Wright, filha de Jaime Wright, e do rabino Ruben Sternschein.
O evento terá ainda apresentações culturais com participações surpresa de nomes da música brasileira e exibição de vídeos especiais, incluindo a leitura de uma carta de Zora Herzog, mãe de Vlado, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro.
Entre os convidados confirmados estão amigos e familiares de Vladimir Herzog, parlamentares, ministros e figuras públicas, como as ministras Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) e Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha (Superior Tribunal Militar), o deputado Lindbergh Farias, o ministro Jorge Rodrigo Araújo Messias (Advocacia Geral da União), Rodrigo Mudrovitsch (vice-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos) e José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça.
Segundo os organizadores, o ato tem o objetivo de honrar Vlado e todas as vítimas da ditadura e dos tempos atuais, reafirmando a memória como um instrumento de justiça e compromisso com a democracia. O ato ecumênico será realizado na Catedral Metropolitana de São Paulo, no dia 25 de outubro de 2025, com acolhida a partir das 19h e início das manifestações inter-religiosas e apresentações culturais às 19h30. A organização do evento solicita que os interessados confirmem presença previamente por meio deste link.
O Instituto Vladimir Herzog reforça a importância da memória para a democracia brasileira, especialmente no contexto atual de ameaças às instituições. Rogério Sottili, diretor-executivo do instituto, afirma: “Chegar aos 50 anos do assassinato de Vlado sem que o Estado brasileiro tenha cumprido plenamente a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos é inaceitável. A memória de Herzog não é apenas um passado a ser lembrado, mas também um presente que exige compromisso. Este será um ano para exigir reparação, mas também para celebrar o que construímos a partir dessa dor: um movimento coletivo pela democracia”.
Para ele, “lembrar de que nós não podemos aceitar o esquecimento significa defender a democracia”, destacando que o país ainda enfrenta ameaças de grupos golpistas e de uma sociedade marcada pela impunidade e pelo conservadorismo.