O ator sueco Björn Andrésen, conhecido mundialmente por interpretar o jovem Tadzio no filme "Morte em Veneza" (1971), morreu aos 70 anos. A informação foi divulgada neste domingo (26) pelos cineastas Kristian Petri e Kristina Lindström, diretores do documentário The Most Beautiful Boy in the World (2021), que retrata a trajetória do artista. A causa da morte não foi informada.
Nascido em Estocolmo, em 1955, Andrésen foi criado pela avó após o suicídio da mãe, quando ele tinha dez anos. Incentivado por ela a seguir carreira artística, começou a atuar e modelar ainda na adolescência. Aos 15 anos, foi escolhido pelo cineasta italiano Luchino Visconti para o papel que mudaria sua vida — o do adolescente que desperta a obsessão de um homem mais velho na adaptação da obra de Thomas Mann.
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A estreia em "Morte em Veneza" o transformou em símbolo internacional de beleza e juventude. Visconti chegou a chamá-lo de “o garoto mais bonito do mundo”, rótulo que o acompanhou por toda a vida e se tornaria motivo de desconforto. Andrésen relatou, em entrevistas posteriores, que a exposição precoce e a forma como foi tratado nos bastidores da produção o deixaram profundamente marcado.
Com o sucesso do filme, ele ganhou fama imediata também no Japão, onde se tornou ídolo pop, participou de campanhas publicitárias e atraiu multidões em eventos públicos. Apesar do reconhecimento, considerava a experiência desgastante e afirmou, anos depois, que o personagem Tadzio havia ofuscado o restante de sua carreira.
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Músico e pianista
Além de ator, Andrésen era músico e pianista. Trabalhou em produções suecas e manteve uma carreira irregular no cinema e na televisão. Em 2019, voltou aos holofotes com uma participação no filme "Midsommar", de Ari Aster, interpretando um idoso que participa de um ritual pagão — papel que ele descreveu como uma experiência libertadora.
Ao longo da vida, expressou desconforto com o uso de sua imagem sem autorização, como ocorreu quando a escritora Germaine Greer utilizou uma fotografia sua na capa do livro "The Beautiful Boy", em 2003. O ator criticou a decisão da editora e associou sua reação às experiências traumáticas vividas na juventude.
Björn Andrésen foi casado com a poetisa Suzanna Roman, com quem teve dois filhos: Robine e Elvin. O menino morreu ainda bebê, vítima da síndrome da morte súbita infantil.