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VÍDEO - Walter Salles à CNN: "Ainda Estou Aqui é produto da volta da democracia no Brasil"

O cineasta e a atriz Fernanda Torres foram entrevistados pela âncora Christiane Amanpour

VÍDEO - Walter Salles à CNN: "Ainda Estou Aqui é produto da volta da democracia no Brasil".Créditos: Divulgação
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O diretor de "Ainda Estou Aqui", Walter Salles, e a atriz Fernanda Torres foram entrevistados nesta sexta-feira (14) pela jornalista âncora Christiane Amanpour, figura icônica do jornalismo dos EUA.

Em determinado momento da entrevista, Amanpour comentou sobre os planos de assassinato do presidente Lula (PT), a tentativa de golpe de Estado e as articulações da oposição para reabilitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. Amanpour, então, perguntou: qual é a relação de todo esse contexto com o filme "Ainda Estou Aqui"?

Sem titubear, Walter Salles afirmou que "Ainda Estou Aqui é produto da volta da democracia". "Levou sete anos [para fazermos Ainda Estou Aqui] porque fizemos três anos de pesquisa, para fazer justiça à família, fazer justiça à cultura, à autenticidade do que estávamos retratando, mas também levou sete anos porque, durante quatro anos, o país virou para a extrema-direita e nunca teríamos tido a possibilidade de filmar durante esse período."

Walter Salles continua: "O filme é produto do retorno da democracia ao Brasil. É realmente interessante o presidente Lula, e é realmente seu retorno à presidência e o retorno da democracia que permitiu que o filme existisse. Filmamos em 2023 sem ter a menor ideia de que tinha havido uma tentativa fracassada de golpe de Estado. E, conforme o filme estava sendo lançado no Brasil e abraçado pelo público, as notícias foram reveladas pela Polícia Federal de que aquele golpe de Estado, que incluía o assassinato do presidente Lula e do vice-presidente Alckmin, tinha quase sido realidade no país, tinha quase dado certo [...] No meio do lançamento do filme, percebemos que, mais do que nunca, era um filme sobre hoje, sobre o que estava acontecendo no país neste exato momento."

Confira a declaração de Walter Salles no vídeo abaixo: 

Fernanda Torres para Variety: "Os EUA patrocinaram a ditadura no Brasil"
 

A atriz Fernanda Torres participou nesta quinta-feira (13) do podcast da revista Variety, uma referência no jornalismo cultural dos EUA e que, antes de "Ainda Estou Aqui" se tornar um fenômeno no país, já havia apontado o longa brasileiro como um dos melhores da safra atual.

Durante a entrevista, Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva em "Ainda Estou Aqui", falou sobre vários aspectos do longa, do fenômeno das redes sociais e de como foi surpreendente o sucesso alcançado pelo filme dentro e fora do Brasil.

Em determinado momento da entrevista, é destacado pela revista que, apesar do público estrangeiro ver "I'm Still Here" como um drama histórico, ele tem um significado mais profundo para os brasileiros. Neste momento, Fernanda Torres fala sobre a ditadura e como esta foi financiada pelos EUA.

"Este filme foi importante – politicamente, socialmente. Diferentes gerações foram ver este filme e ficaram emocionadas e orgulhosas. Este filme é algo muito especial para o Brasil. A ditadura no Brasil não foi algo que aconteceu isoladamente. Fazia parte da Guerra Fria. Os Estados Unidos patrocinaram a ditadura no Brasil. Foi uma época distópica. Mas esta não é apenas uma história sobre o passado – é também um reflexo do agora. Mais uma vez, estamos cheios de medo, divididos e com raiva. O populismo e a ideia de que um estado violento pode colocar ordem na bagunça moderna – é tentador. Mas devemos resistir", conclui Fernanda Torres. 

"Ainda Estou Aqui" vence mais um prêmio e se fortalece para o Oscar

 

O filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, se tornou um fenômeno nos EUA, onde está em cartaz em 700 salas de cinema. Além disso, o longa também tem se consolidado nos festivais e recebeu mais um prêmio nesta quinta-feira (13).

A produção estrelada por Fernanda Torres recebeu nesta quinta o prêmio de Melhor Filme em Língua Não Inglesa na 16ª edição do Dorian Awards. A premiação é organizada pela Sociedade de Críticos de Entretenimento LGBTQ (Galeca), que é composta por profissionais dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

O grande vencedor da premiação foi o polêmico "A Substância", que levou Melhor Filme, Melhor Direção (Coralie Farget) e Melhor Performance do Ano (Demi Moore).

O francês "Emília Pérez", que concorria com "Ainda Estou Aqui" na categoria de Melhor Filme em Língua Não Inglesa, venceu na categoria de Melhor Filme LGBTQ em Língua Não Inglesa.

Fernanda Torres é "perseguida" por paparazzi após brilhar na TV dos EUA
 

A reta final da campanha do Oscar está pegando fogo e repleta de reviravoltas: o filme "Emília Pérez" era o franco favorito, mas perdeu força após os tuítes de Karla Gascón; "Anora", que tinha perdido fôlego, se recuperou após vencer os prêmios dos sindicatos (DGA e PGA) e hoje é tido como franco favorito ao Oscar ao lado de "Ainda Estou Aqui".

Mas o fato é que o jogo está embolado, e estes últimos dias – a votação da Academia termina no próximo dia 18 – são cruciais para os filmes conquistarem votos. Dessa maneira, a situação está excelente para o filme brasileiro, pois a figura de Fernanda Torres caiu no gosto dos americanos, e ela tem sido solicitada para dar entrevistas aos principais portais e canais de televisão.

Para se ter uma ideia, entre segunda (10) e terça-feira (11), Fernanda Torres foi destaque na Vogue, onde ganhou uma longa entrevista, e no jornal The Washington Post, que simplesmente a colocou como "a vencedora escondida do Oscar de Melhor Atriz". Soma-se a isso a entrevista que Torres concedeu para Jessica Chastain no portal Interview Magazine.

E nesta quarta-feira (12), Fernanda Torres participou de dois programas muito populares da TV americana: "Morning Joe", da MSNBC News, e do "Good Morning America", da ABC, tido como um dos matinais mais populares da televisão estadunidense.

 

 

 

Diante de tanta popularidade nos EUA, é óbvio que uma cena se daria com Fernanda Torres: ser "perseguida" por paparazzi, e foi o que aconteceu quando Torres deixou os estúdios da ABC. Confira no vídeo abaixo:

 

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