A história do futebol brasileiro, contada por quem melhor soube transformá-la em arte literária, é o centro da coleção “Crônicas Eternas do Futebol”, que será lançada no dia 7 de abril, no Rio de Janeiro. O projeto resgata a força e o encanto do gênero que eternizou gols, dribles e personagens do esporte mais popular do país — a crônica esportiva.
O lançamento será marcado por um encontro especial no restaurante Sat’s, em Botafogo, a partir das 19h, com a mesa-redonda “A crônica esportiva como gênero literário”. Participam do bate-papo nomes como o jornalista Juca Kfouri, a presidente da Acerj Martha Esteves, o curador da coleção Geraldo Mainenti, o idealizador do Museu da Pelada Sérgio Pugliese e o jornalista Lúcio de Castro. Em seguida, o público poderá curtir uma roda de samba com Luiz Felipe de Lima e grupo, interpretando canções que dialogam com o universo futebolístico.
Seleção de craques da escrita
A coleção reúne autores que foram fundamentais para a construção simbólica do futebol no Brasil, como Mário Filho, João Saldanha, Armando Nogueira, Tostão, Juca Kfouri, José Trajano, Ruy Carlos Ostermann, Mauro Beting, Marcos de Castro, Alberto Helena Jr., Marcelo Barreto e João Máximo. São jornalistas e cronistas que ajudaram a transformar partidas em narrativas épicas, exaltando ídolos, clubes e a Seleção Brasileira com lirismo, crítica e sensibilidade.
O primeiro volume da coleção será dedicado a Mário Filho, considerado o patrono da crônica esportiva no país. Tamanha é sua importância que dá nome oficial ao Maracanã: Estádio Jornalista Mário Filho. Cada mês, os assinantes receberão uma nova antologia com textos de um autor diferente, com capas assinadas pelo artista Lula Palomanes.
O acesso à coleção se dará por meio de um clube de assinatura, disponível a partir de 2 de abril pelo site www.cronicasdofutebol.com. Como parte da campanha de lançamento, quem assinar o plano anual durante o mês de abril receberá um exemplar bônus: o livro “Entrevistas Eternas do Futebol”, com conversas históricas feitas entre 1969 e 1993 com craques como Garrincha, Tostão, Afonsinho, Paulo Cézar Caju, Reinaldo, João Saldanha, Zico, Sócrates e Pelé, além de um depoimento coletivo sobre a Democracia Corintiana.
Futebol como expressão cultural
Mais que um esporte, o futebol é, há décadas, terreno fértil para a reflexão sobre identidade nacional, política e memória. Não à toa, a crônica esportiva floresceu em jornais e revistas, conquistou o rádio, a televisão e, mais recentemente, as redes sociais. Essa produção ganhou contornos literários tão marcantes que hoje integra o patrimônio cultural do país.
Idealizado pelo coletivo editorial internacional A Ponte Invisível, que reúne editoras do Brasil, Europa e América do Norte, o projeto também terá alcance global. Os livros serão publicados em português, espanhol, francês e inglês, visando à internacionalização da crônica esportiva brasileira e ao contato com brasileiros que vivem fora do país.
Para quem quiser conhecer mais sobre o projeto e os editores envolvidos, o site é brview.com. O futebol, mais uma vez, mostra que continua sendo muito mais do que um jogo — é também literatura, memória e paixão compartilhada. 